13 de Junho de 2018
Notícias
Pesquisa divulgada pelo site Mercado Mineiro e publicada na última terça-feira, no jornal O TEMPO, sobre o preço médio dos combustíveis em Belo Horizonte e região metropolitana ratificou o que muita gente já sabe: abastecer o veículo com etanol continua sendo mais vantajoso do que com gasolina.
O levantamento apontou que o litro do etanol está custando hoje, em média, 63,4% do valor da gasolina na capital. “Independentemente do valor da gasolina, antes ou pós greve dos caminhoneiros, o etanol manteve sua competitividade”, comemora Mário Campos, presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig).
E, ao que tudo indica, o consumidor mineiro tem sido cada vez mais inteligente na hora de abastecer. De acordo com a Siamig, antes da greve, o consumo de etanol hidratado em Minas atingiu a casa dos 157,5 milhões de litros em abril, recorde para o mês e um avanço de 87% em relação a abril de 2017. “Noto que, cada vez mais, as pessoas estão finalmente aprendendo a fazer a conta e superando alguns mitos sobre o uso do etanol”, analisa Campos.
Conta questionável
A relação que se conhece hoje, de o etanol valer a pena se custar até 70% o valor do litro do gasolina, leva em conta o poder calorífico do etanol em relação à gasolina. No entanto, conforme um estudo feito em outubro do ano passado pelo Instituto Mauá de Tecnologia, outras características do funcionamento dos motores devem ser levadas em conta, como, o fato de o motor ser mais exigido em alguns percursos do que no circuito utilizado nos testes de laboratório.
“A maioria dos motoristas faz a conta considerando o preço somente na hora do abastecimento, quando na verdade, também deveria avaliar a autonomia do veículo com os dois tipos de combustíveis. Essa relação pode ser diferente de 70%. Em nosso estudo, tivemos casos em que a relação de paridade entre etanol e gasolina chegou a 75,4%, uma diferença considerável”, salienta o professor Renato Romio, chefe da divisão de motores e veículos.
Qualidade a olho nu
Além de ser mais vantajoso para o bolso, com o etanol, o motorista tem a possibilidade de evitar abastecer o carro com o combustível “batizado”, ou seja, de qualidade ruim.
Segundo Campos, o cliente deve ficar de olho no pouco citado densímetro, aquele bulbo de vidro fechado, que boia, parecido com um termômetro e que fica ao lado da bomba. Ele afere se o combustível está dentro ou não das especificações exigidas pelo Inmetro. “Isso é uma garantia que a gasolina não oferece.
Desempenho do motor é melhor com o etanol
Quem lê uma ficha técnica de qualquer veículo equipado com motor flex logo percebe que a potência e o torque do propulsor são sempre maiores quando ele está abastecido somente com etanol.
Isso acontece porque o etanol suporta uma taxa de compressão maior que a gasolina – a relação entre o volume do cilindro e a câmara de combustão, que indica o espaço que a mistura ar-combustível pode ocupar quando o pistão está embaixo e quando está em cima. Quanto maior a taxa de compressão, maior a potência que ele pode gerar.
Por esse motivo, com etanol, o motor apresenta uma performance melhor. Como a curva de torque utilizando o etanol é mais suave, a dirigibilidade também geralmente fica mais agradável. Na estrada, por exemplo, o carro consegue manter uma velocidade mais constante, principalmente nas subidas ou quando estiver carregado.
Autonomia
Reabastecimentos. Apesar de a tecnologia de motores flex ter mais de 20 anos de existência, são muitas as bobagens que o Super Motor ainda ouve por aí. Tem gente que acredita que o etanol detona o escapamento, outros, que estraga o motor. Mas a única real desvantagem do etanol é tão somente a autonomia (em quilômetros) menor em relação à gasolina, que é consumida de forma mais lenta pelo carro.
Fonte: O Tempo – 13/06/2018
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