27 de Junho de 2017
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O presidente do Conselho Deliberativo da União da Indústria da Cana (Unica-SP), Pedro Mizutani, disse nesta segunda-feira, 26, na abertura do Ethanol Summit 2017, em São Paulo, que o setor sucroenergético passa por dificuldades, mas é "resiliente" e o momento oferece oportunidades. Lembrou que a atratividade do biocombustível caiu nos últimos meses e que produtores recebem pelo etanol preços cerca de 30% mais baixos.
Ele, porém, reforçou a necessidade de reação: "É a hora de ter uma agenda de diálogo e política de longo prazo, para que o etanol seja induzido oficialmente à matriz energética do Brasil."
Segundo ele, há interlocução "clara e correta" com o governo. Mizutani considera que é uma questão de tempo a elaboração de projeto de Lei e implantação do programa RenovaBio, que prevê a ampliação do uso de combustíveis renováveis na matriz energética brasileira.
Também presente no Ethanol Summit, o presidente da World Bioenergy Association (WBA, na sigla em inglês), Remigijus Lapinskas, elogiou a tecnologia brasileira de produção de combustível a partir do etanol.
Ele considera o biocombustível essencial para a redução das emissões de carbono no mundo. "A taxação global das emissões de carbono é necessária para reduzir o uso de combustíveis fósseis. Isso vai tornar mais importante o papel de combustível limpo e, somente assim, poderemos cumprir as metas do Acordo de Paris."
Com aumento do PIS/Cofins, etanol perde competitividade para gasolina
A presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica-SP), Elizabeth Farina, pediu medidas de incentivo ao desenvolvimento do setor sucroalcooleiro no Brasil, que passa por momentos de dificuldades, de acordo com ela. "Perdemos nossa competitividade para a gasolina com o aumento do PIS/Cofins no etanol. Além disso, regras da ANP (Agência Nacional de Petróleo) desfavorecem a produção nacional de etanol e favorecem outros países exportadores", comentou Farina, na abertura do Ethanol Summit 2017, em São Paulo.
O comentário da executiva endossa o pleito dos produtores nacionais, em especial os do Nordeste, que têm perdido mercado para o etanol norte-americano, produzido a partir do milho e mais poluente que o etanol de cana. A proposta é de que o produto norte-americano seja taxado em 17% - atualmente é zero. "A maioria dos países faz essa taxação e o Brasil ainda não", lembrou.
O evento, que tem como tema "Um salto para 2030", discute a ampliação do uso da bioenergia na matriz energética brasileira, tanto o etanol quanto a bioeletricidade. "Temos compromissos voluntários com a sustentabilidade e sabemos que é possível fazer mais e melhor em busca da eficiência energética. Ainda assim, o setor passa por um momento ruim e preocupante", disse Farina, lembrando que a cana-de-açúcar está presente em mais de 25% dos municípios brasileiros, gerando mais de 1 milhão de empregos. "A bioeletricidade tem tudo para ganhar escala na matriz energética brasileira."
Farina salientou a importância do etanol para a descarbonização dos combustíveis, majoritariamente os de origem fóssil. "O etanol pode abastecer mais de 70% dos veículos leves no País. Ele é o combustível de primeira geração mais eficiente do mundo."
(Fonte: Agência Estado - 26/06/17)
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