16 de Maio de 2019
Notícias
A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) não confirma oficialmente, mas tudo indica que a planta de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, venceu a briga com a China e vai receber a fábrica de novos motores que serão usados em automóveis das marcas Fiat e Jeep.
A montadora confirmou, via assessoria de imprensa, que fará um “investimento importante na planta de Betim”, mas não forneceu mais detalhes. A divulgação vai acontecer na próxima quarta-feira, dia 22 de maio, na planta mineira da Fiat, e contará com a presença do prefeito de Betim, Vittorio Medioli, que estará também, no dia seguinte, em Goiana, Pernambuco, onde a empresa mantém a fábrica da Jeep. “Todo investimento na planta de Betim é extremamente importante para recuperar parte da produção perdida”, afirmou o prefeito.
Em fevereiro deste ano, o presidente da Fiat para a América Latina, Antonio Filosa, chegou a afirmar à reportagem de O TEMPO que a chance era de 49% de a nova unidade de fabricação de motores vir para Betim. O maior concorrente era a China por questões de competitividade, principalmente custos com mão de obra e fornecedores.
Na época, Filosa ainda afirmou que a fábrica produziria cinco tipos de novos motores e, depois de definido o local, seriam 18 meses para começar a entrega das novas peças. No ano passado, a Fiat já havia indicado que traria investimentos para Betim. Dos R$ 14 bilhões destinados pela FCA para a América Latina até 2023 – para desenvolver entre 15 e 20 novos modelos e produtos – R$ 8 bilhões ficarão no município mineiro. A expectativa é que a planta abra, nos próximos cinco anos, 8.000 novos postos de trabalho.
Motores
Nesta nova unidade fabril da Fiat, deverão ser produzidos os motores que substituirão os atuais 1.8, 2.0 e 2.4, que equipam, respectivamente, o Jeep Renegade, o SUV Compass e a picape Toro. A nova linha será de motores com turbo, de três e quatro cilindros. Atualmente, os dois últimos motores são importados. Com a nacionalização, o custo final do produto poderá ficar mais competitivo. Esses propulsores são aspirados e darão lugar aos modernos blocos de três cilindros e turbinados. De Betim sairá o 1.0, turbo, de três cilindros e o mais potente, 1.3, também turbo, mas com quatro cilindros. A Fiat também deverá investir na tecnologia que controla a admissão de ar do motor, chamada pela empresa de MultiAir.
Melhor consumo energético
A decisão da Fiat de fabricar novos modelos de motores no Brasil pode estar relacionada ao programa Rota 2030, criado no ano passado pelo então presidente da República, Michel Temer. O programa oferece benefícios fiscais, que chegam a dois pontos percentuais no IPI, para as montadoras que apresentarem melhorias no consumo energético de seus produtos.
Com o Rota 2030, as montadoras também poderão abater de 10,2% a 12% do valor do Imposto de Renda e do CSLL do que investirem em pesquisa e desenvolvimento. “É um bom começo. Temos que desenvolver outros mecanismos de atração de investimentos, mas é importante o que foi aprovado”, disse o presidente da Fiat para América Latina, Antonio Filosa, em entrevista a O TEMPO no ano passado, sobre o Rota 2030. Na mesma oportunidade, Filosa afirmou que o programa federal foi “uma premissa” para os investimentos da empresa no país.
A necessidade de adequação ao Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve) do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que exige a redução de emissões de gases poluentes e de ruídos para veículos novos, também pode ter influenciado a empresa a escolher a nacionalização dos motores.
Indústria 4.0
Investimentos. Além da fabricação de motores, a Fiat está investindo em novas tecnologias, com projetos de inteligência artificial, reconhecimento facial e projetos de sustentabilidade.
O Tempo – 16/05/19
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias