21 de Fevereiro de 2018
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A FS Bioenergia anuncia hoje investimento de R$ 1 bilhão na construção de sua segunda usina de etanol feito a partir do milho em Mato Grosso. A usina será erguida em Sorriso (MT), um dos principais polos de produção do cereal do País. Deve produzir 680 milhões de litros do biocombustível e consumir 1,8 milhão de toneladas de milho por ano.
A nova planta industrial ocupará uma área de 154 hectares a 80 quilômetros ao norte de Lucas do Rio Verde (MT), sede da companhia e onde funciona a primeira unidade da FS Bioenergia. "Queremos ter sinergia entre as duas usinas. Sorriso, além a proximidade, tem muita disponibilidade de matéria-prima", disse ao Broadcast Agro Henrique Ubrig, presidente da FS Bioenergia.
Segundo antecipou o executivo, o projeto da nova usina deve demorar até 13 meses - prevê a obtenção de licenças, avaliação de impactos locais e captação de recursos. "Essa captação de investimentos toma certo tempo, mas pelo tamanho da usina não vai ser inferior a R$ 1 bilhão", afirmou.
A nova usina terá capacidade estática de armazenamento de 400 mil toneladas de milho. Além de etanol, a unidade de Sorriso da FS Bioenergia deve produzir 500 mil toneladas de farelo de milho, produto resultante do processamento utilizado na alimentação animal, e 20 mil toneladas de óleo.
Recentemente, a companhia - joint venture entre a brasileira Tapajós Participações S/A e o norte-americano Summit Agricultural Group - anunciou um aporte de R$ 350 milhões na duplicação da usina de Lucas do Rio Verde. A unidade produzirá 530 milhões de litros de etanol a partir de 1,3 milhão de toneladas de milho. Com os R$ 450 milhões já aportados na construção da primeira fase, o investimento na usina de Lucas do Rio Verde chega a R$ 800 milhões e o aporte total nas duas unidades deve atingir R$ 1,8 bilhão.
A operação das duas indústrias deve gerar uma oferta de etanol de 1,21 bilhão de litros de etanol ao ano, praticamente toda a oferta atual das 11 usinas de cana e milho de Mato Grosso, de 1,4 bilhão de litros. Com as duas unidades, a FS Bioenergia terá capacidade de produção 900 mil toneladas de farelo de milho e 35 mil toneladas de óleo de milho por ano.
Ubrig estima que 1,5 mil funcionários devem trabalhar diretamente na construção da planta em Sorriso, mas prevê 150 funcionários na operação quando a unidade estiver em operação. É menos que os 170 empregados de Lucas do Rio Verde. "Teremos uma sinergia administrativa e não precisaremos duplicar departamentos como o comercial, o de recursos humanos e o contábil, por exemplo", justificou.
Demanda
O excesso de oferta de etanol em Mato Grosso - Estado que produz quase três vezes mais do que o mercado local consome - e as dificuldades logísticas para o escoamento do biocombustível não assustam o presidente da FS Bioenergia. Ubrig mantém o discurso de que o mercado brasileiro está em crescimento e que a escala obtida pela companhia na produção de etanol ajudam na venda e no escoamento da produção.
Segundo ele, inicialmente a FS Bionergia esperava abastecer mercados consumidores da Região Norte, onde concorre com o etanol importado dos Estados Unidos. No entanto, a demanda aquecida pelo combustível mostrou que "a Região Sudeste também está se revelando importante". O Sudeste é a maior região produtora de etanol de cana-de-açúcar do mundo e o maior mercado consumidor do biocombustível do País.
Com a demanda aquecida e preços remuneradores em momento de oferta restrita pela entressafra da cana, o etanol produzido em Lucas do Rio Verde é comercializado no Sudeste, mas percorre longos caminhos, transportado por caminhões. A companhia, no entanto, estuda integrar a logística com um ramal ferroviário localizado em Rondonópolis, em Mato Grosso. "No futuro vamos contemplar também o transporte de etanol via cabotagem para o Nordeste", disse Ubrig.
Fonte: O Estado de S. Paulo – 20/02/2018
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