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FS capta US$ 550 milhões em ‘green bonds’ de 5 anos

07 de Dezembro de 2020

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A FS Agrisolutions, maior produtora de etanol de milho do país, captou ontem US$ 550 milhões por meio de “green bonds”. Os papéis saíram com uma taxa de retorno de 10% e têm vencimento em cinco anos. A demanda pela emissão, que teve como único coordenador o Morgan Stanley, ficou próxima de US$ 1 bilhão. Essa é a primeira emissão de dívida da empresa no mercado internacional.

A FS havia tentado concluir a captação em setembro, mas suspendeu a operação diante de uma piora das condições de mercado no dia previsto para o fechamento. Em setembro, a empresa buscava US$ 500 milhões em papéis de sete anos com yield inicialmente sugerido de 9%. Na operação de ontem, além da redução do prazo e do aumento da taxa, foram acrescidas garantias aos papéis.

A empresa deverá usar os recursos para refinanciar dívida de project finance contraída com um credor internacional. Desde o início o projeto está ligado à sustentabilidade, elegível ao “green bond”.

Rafael Abud, presidente da FS, explica que a empresa era desconhecida dos investidores internacionais e optou pelo adiamento da operação para ter mais tempo para explicar seu negócio. “Os investidores ainda têm em mente um histórico ruim de empresas brasileiras que trabalham com o etanol de cana. Nós trabalhamos com milho e tivemos de mostrar que nosso negócio tem as mesmas perspectivas das empresas americanas”, diz.

Segundo Abud, do ponto de vista tecnológico, os processos de produtoras de etanol de milho no Brasil e nos Estados Unidos são semelhantes, embora a FS tenha o diferencial de sustentabilidade, pois atua com energia 100% renovável.

A diferença principal vem do lado econômico. Nos EUA, diz, o aumento de capacidade de produção nesse segmento cresceu muito mais do que a demanda. Isso criou uma situação de “sobrecapacidade”, segundo o executivo, que dificulta a geração de bons resultados, o que não se repete por aqui.

Também ajudou a boa receptividade da operação o fato de a empresa ter divulgado resultados depois da desistência inicial - os números comprovaram o bom desempenho do negócio, apesar da pandemia. Abud destaca ainda que a empresa está em desalavancagem, depois da construção de sua segunda planta, no início do ano.

 

Fonte:  Valor Econômico – 04/12

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