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Gás natural veicular volta a ganhar força com uso profissional

30 de Novembro de 2020

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Após um período forte de retração, as empresas que produzem e instalam kits automotivos de GNV (gás natural veicular) voltam a registrar crescimento nas conversões.

É mais um indicativo da retomada econômica, apesar dos tropeços.

Depois de passar meses sem produzir devido à pandemia, a fabricante de cilindros MAT tem registrado crescimento. Foram produzidos 4.000 componentes em outubro, número que deve subir 20% em novembro e chegar a 5.800 unidades em dezembro.

Carros movidos a GNV são, em geral, utilizados por taxistas e motoristas de aplicativo. Em alguns estados, como no Rio de Janeiro, a redução do gasto com combustível e os benefícios tributários compensam o maior desgaste do automóvel.

Em novembro, o preço médio do litro da gasolina comum no mercado nacional está em R$ 4,40. O metro cúbico do gás natural veicular custa, em média, R$ 2,97. Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).

Em um teste pelo trânsito urbano de São Paulo, um Grand Siena equipado com kit GNV homologado pela Fiat percorreu, em média, 8,5 quilômetros consumindo um metro cúbico de GNV, o que equivale a R$ 0,34 por km rodado.

Com um litro de gasolina, foi possível rodar aproximadamente 11 quilômetros na mesma condição, o que significa um custo de R$ 0,40 por km percorrido.

A vantagem do GNV foi similar na comparação de consumo com etanol –o Siena pode rodar com os três combustíveis. Com álcool no tanque, o Fiat fez a média de 8,2 km/l na cidade a um custo de R$ 0,38 por litro.

O kit usado no Siena é o de quinta geração, tem injeção multiponto de GNV e custa entre R$ 4.500 e R$ 5.000.

O porta-malas fica comprometido pelos dois cilindros de 7,5 m³ cada e há uma queda perceptível no desempenho. O motor 1.4 Fire flex (88 cv) perde cerca de 10% da potência quando está queimando gás.

 No passado, outros modelos chegaram a ser vendidos com equipamentos homologados pelas montadoras. O sistema de GNV com garantia de fábrica já esteve disponível para modelos como Chevrolet Astra, Ford Ranger e Volkswagen Santana. O uso profissional sempre foi o foco.

Hoje, além da Fiat, a Toyota também oferece preparação para instalação do gás no sedã Etios.

O gás natural surge agora como alternativa para o transporte de cargas.

A Scania produz caminhões rodoviários movidos a GNV. Empresas como a Pepsico, a Citrosuco e a Friboi já utilizam esses modelos em suas frotas. De acordo com a fabricante, há redução de 15% nas emissões de gás carbônico quando comparado a um caminhão de mesmo porte movido a diesel. 

O gás natural é também uma alternativa menos poluente em comparação à gasolina, mas os custos envolvidos só se justificam para quem roda muito por ano e, no caso dos carros de passeio, pode renunciar ao espaço no porta-malas. O uso profissional é, de fato, o mais indicado.

 

Fonte:  Folha de São Paulo – 28/11

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