24 de Junho de 2020
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Gastos em energia renovável devem superar o valor investido na exploração de petróleo e gás pela primeira vez no próximo ano, segundo o Goldman Sachs. O banco destaca que a energia limpa oferece oportunidade de investimentos de US$ 16 trilhões até 2030.
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Energias renováveis, que incluem biocombustíveis, devem responder por cerca de 25% de todos os gastos em energia em 2021 em relação aos 15% em 2014, disseram analistas do Goldman, entre eles Michele Della Vigna, em relatório de 16 de junho. O impulso se deve em parte por custos divergentes de capital, já que os juros de empréstimos subiram até 20% para projetos de hidrocarbonetos em comparação com apenas 3% para energia limpa.
A energia limpa pode atrair investimentos em infraestrutura entre US$ 1 e US$ 2 trilhões por ano e criar de 15 a 20 milhões de empregos no mundo todo. Já o alto custo de capital para o desenvolvimento de combustíveis fósseis reduz os investimentos, o que pode elevar os preços do petróleo e do gás e, por sua vez, estimular uma transição energética mais rápida.
“A energia renovável se tornará a maior área de gastos no setor de energia em 2021, segundo nossas estimativas, superando a exploração petróleo e gás pela primeira vez na história”, disse o Goldman.
A divergência dos juros de financiamento para projetos de alto e baixo carbono implica um preço de emissão de carbono de cerca de US$ 40 a US$ 80 por tonelada, segundo o Goldman. No mundo real, no entanto, apenas cerca de 16% das emissões globais são precificadas, e o valor médio é de cerca de US$ 3 a tonelada.
Isso cria um modelo de investimento bifurcado, com recursos fluindo para tecnologias maduras, como energia eólica, solar e biocombustíveis, enquanto iniciativas menos desenvolvidas, como captura de carbono e hidrogênio limpo, podem sofrer um impacto sem preços de emissões mais altos, disse o Goldman.
“Um processo de descarbonização com duas velocidades pode, portanto, acelerar a descarbonização a curto prazo, mas, em última análise, atrasar o caminho a longo prazo” para zerar as emissões, avalia o banco.
Fonte: Bloomberg - 17/06
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