18 de Dezembro de 2018
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A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) assinaram, ontem, em Belo Horizonte, memorando de entendimento com objetivo de estabelecer uma cooperação comercial para desenvolver o mercado de geração distribuída no Estado. Basicamente, a Cemig, através da recém-criada Cemig Geração Distribuída (Cemig GD), desenvolverá usinas de geração distribuída, de fonte fotovoltaica, e oferecerá um desconto de 15% no custo da energia para indústrias de pequeno porte, dentro do segmento de consumidores de baixa tensão, sem necessidade de investimento pelas empresas.
O plano da estatal é de construir cerca de 30 usinas, de até 5 megawatts (MW) de potência, até 2020, mediante investimentos de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões só da Cemig, além de ampliar a oferta para outros segmentos de consumo industrial. A primeira usina de geração distribuída a partir da fonte fotovoltaica deve ser concluída em fevereiro, em Janaúba, no Norte de Minas. Os aportes da Cemig na planta de 5 MW de carga máxima foram de cerca de R$ 20 milhões.
“É uma parceira boa para os três lados. Primeiro, para as indústrias de baixo consumo, que não tinham alternativas para adquirir energia a um custo reduzido. Segundo, para os sindicatos, que organizam essas indústrias e criam um pool de compras. E, por último, para a Cemig, porque a estatal entra nessa modelagem de negócios e amplia seu acesso a mercados”, celebrou o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe.
Funcionamento - O representante da indústria mineira explicou que, na prática, a compra da energia proveniente de projetos de geração distribuída se dará a partir dos sindicatos, que formarão pools de empresas para comprar um volume maior de energia, o que, segundo ele, também reduz o custo da operação.
“A vantagem dessa modelagem é que não demanda investimento para a empresa. Então, o empresário já consegue absorver alguma redução de custo sem ter que fazer investimento para que isso ocorra. E, com certeza, reduzindo o custo industrial, essas empresas vão ficar mais competitivas, podem reduzir os preços dos produtos e ganhar mais mercado”, analisou Roscoe.
O presidente da Cemig, Bernardo Alvarenga, lembrou que o parque industrial mineiro representa metade do consumo de energia no Estado e que a estatal pretende ampliar a oferta de projetos de geração distribuída e firmar convênios como este também para os consumidores industriais de média e alta tensão.
“O Norte de Minas é o local ideal para estes projetos de geração distribuída de fonte fotovoltaica, porque tem a disponibilidade de terrenos baratos e índices elevados de irradiação solar”, afirmou. O presidente da Cemig acrescentou que, pelo menos até agora, os painéis solares estão sendo importados da China e as usinas estão sendo construídas em parceria com a iniciativa privada, com participação de 51%, enquanto os outros 49% ficam nas mãos da estatal.
Planta de Janaúba - – O presidente da Cemig GD, Tarcísio Andrade Neves, detalhou que a planta de Janaúba, a ser concluída em fevereiro, deve atender cerca de 400 pequenas indústrias em todo o Estado. Conforme ele, só para se ter uma ideia, uma planta de 5 MW seria capaz de atender uma pequena cidade de 10 mil a 12 mil habitantes.
“O mercado que estamos atendendo é o de baixa tensão. É um mercado amplo, que ainda representa muito pouco frente a toda energia disponibilizada para o segmento. Porém, hoje, Minas já é o Estado com maiores investimentos em geração distribuída e já temos o equivalente a um quarto de toda a potência de geração distribuída do País. Tudo isso devido às condições climáticas, ao nível de incidência solar, à disponibilidade de terras com preço baixo e aos incentivos concedidos”, explicou Neves.
Ainda de acordo com o presidente da Cemig GD, durante as obras de implantação, que duram de 4 meses a 6 meses, uma usina de porte semelhante à de Janaúba gera cerca de 50 a 60 empregos. “É uma energia mais barata comparativamente a que se paga hoje no segmento de baixa tensão”, completou.
Diário do Comércio – 18/12/18
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