22 de Abril de 2019
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O ministro da Economia, Paulo Guedes, recorreu neste sábado, 20, à transparência do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central para dar como exemplo a quão clara deve ser a política de reajuste de preços dos combustíveis pela Petrobrás.
"O Castello Branco (Roberto, presidente da Petrobrás) tem que ser o Copom do petróleo", declarou em entrevista ao blog da jornalista Julia Dualibi.
No Copom, as decisões sobre a taxa básica de juros Selic são tomadas em reunião em porta fechada, sem a intervenção do presidente da República, apenas com técnicos do Banco Central. As decisões são divulgadas a cada 45 dias. Para garantir transparência, as atas das reuniões são publicadas em até seis dias úteis após os encontros. Por volta de uma semana antes das reuniões, na quarta-feira, começa o período de "silêncio do Copom", que só acaba na terça-feira seguinte, com a divulgação da ata.
O posicionamento de Guedes ocorre após a divulgação de áudio em que o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, aparece falando que o governo deu uma "trava" na Petrobrás. No áudio, que circula no WhatsApp, Lorenzoni afirma que os caminhoneiros podem ficar sossegados que o governo tem trabalhado para resolver o problema deles e melhorar as condições da categoria. Procurando evitar polêmica com o colega, o titular da Economia limitou-se a dizer que "ele [Onyx] é muito leal e tem me ajudado muito".
No entanto, segundo a entrevista, uma das questões no radar da equipe econômica é aumentar a periodicidade de reajuste do diesel de 15 dias para no mínimo 30.
“Novo Mercado de Gás”. O plano de Guedes para para o gás promete dar um “choque de energia barata” com ações que incluem a abertura do mercado de exploração e distribuição de gás natural, acabando com o monopólio da Petrobrás. O objetivo é elevar a competitividade da indústria brasileira a partir da exploração de gás das áreas do pré-sal.
Na quinta-feira, 18, o Estado fotografou Guedes conversando no grupo de WhatsApp “Equipe Econômica”, que tem representantes do ministério e presidentes de bancos públicos, durante a “Cantata de Páscoa” no Palácio do Planalto, promovida pelo presidente Jair Bolsonaro. A troca de mensagens evidenciou a resistência por parte de setores da Petrobrás ao plano do ministro.
Intervenção. Na semana passada, Bolsonaro decidiu intervir na decisão da Petrobrás de elevar o preço do diesel, anunciado no dia 11. Mas, nesta semana, a estatal conseguiu colocar em prática seu reajuste, que representou alta de R$ 0,10 por litro. A notícia causou indignação entre os motoristas, que aguardam providências do novo governo para melhorar a situação financeira da categoria.
Em entrevista à GloboNews, Guedes negou que tenha tido sua autonomia atingida por decisões do governo de Jair Bolsonaro, "nem no episódio do petróleo", se referindo à interferência. "Não posso me queixar, o presidente tem me dado apoio", afirmou.
O Estado de São Paulo - 20/04/2019
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