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Indicador do açúcar do Cepea subiu 25,5% na safra 2016/2017

06 de Abril de 2017

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Os levantamentos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) mostram que o setor sucroalcooleiro encerrou a safra 2016/2017 com preços médios reais superiores aos da temporada anterior.

Segundo o Cepea, para o açúcar cristal a média no mercado paulista foi a maior desde a safra 2012/2013. Nesta semana, usinas da região Centro-Sul iniciam oficialmente a moagem da cana-de-açúcar da temporada 2017/2018.

O Indicador Cepea/Esalq do açúcar cristal, cor Icumsa entre 130 e 180 (estado de São Paulo), teve média de R$ 87,28/saca de 50 kg na safra 2016/2017, que ficou 25,5% acima da registrada na temporada anterior e 26,9% superior à da safra 2012/2013. Na safra 2011/2012, o valor médio real foi de R$ 88,53/saca, a preços atualizados pelo IGP-DI de fevereiro/17. Os cálculos consideram o ano safra da cana, que começa em abril e termina em março.

Segundo os pesquisadores do Cepea, a valorização do açúcar se deve, em grande parte, aos aumentos das cotações internacionais, devido às estimativas de déficit global. “Os altos patamares ocorreram mesmo diante da maior oferta no Brasil – vale lembrar que usinas do estado de São Paulo priorizaram a produção do adoçante.”

Eles citam os dados do relatório da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica): no acumulado da safra a produção de açúcar avançou 15% na região Centro-Sul e 13,2% em São Paulo, em relação a igual intervalo da temporada anterior, totalizando 35,4 milhões de toneladas e 24 milhões de toneladas, respectivamente. Na média do estado de São Paulo, 53,1% da cana foi destinada à fabricação de açúcar nesta safra, ante os 47,9% da passada.

Etanol

O Cepea relata que os preços médios do etanol na safra 2016/2017 também superaram os da temporada anterior, mesmo com a menor demanda (interna e externa). O indicador do hidratado teve média de R$ 1,6601/litro (sem ICMS e sem PIS/Cofins), alta de 1% em relação a igual intervalo da safra anterior, em termos reais (neste caso, os valores deflacionados pelo IGP-M de março/17). Para o anidro, o aumento real foi de 2%, com o Indicador na média de R$ 1,8442/l (sem PIS/Cofins).

Os pesquisadores do Cepea explicam que o suporte ao preço do etanol veio, especialmente, da menor oferta. “Na temporada 2016/2017 (até a primeira quinzena de março), a queda no volume produzido no estado de São Paulo foi de 12,1% para o hidratado e de 3,7% para o anidro em relação ao mesmo período da safra anterior – números da Unica.”

Exportação

As exportações de açúcar foram de 28,29 milhões de toneladas entre abril/16 e março/17, volume 14,6% maior que o da temporada anterior, segundo dados da Secex. A receita obtida com a exportação de açúcar foi de US$ 11,06 bilhões, aumento de 47%.

Os embarques brasileiros de etanol (anidro e hidratado) somaram 1,36 bilhão de litros entre abril/16 e março/17, queda de 36,9% em relação ao mesmo período da temporada anterior, conforme dados da Secex. A receita foi de US$ 727 milhões no acumulado da safra, recuo de 27,4%. O principal importador do produto nacional foram os Estados Unidos.

(Fonte: Globo Rural – 06/04)

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