Notícias

Indústria mineira registra crescimento na produção

25 de Setembro de 2018

Notícias

No terceiro trimestre do ano, a indústria mineira registra crescimento na produção para atender à demanda dos consumidores no fim do ano. Segundo a Sondagem Industrial do mês de agosto, divulgada, ontem, pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o índice de evolução da produção foi de 53,6 pontos, o que representa um avanço de 1,9 ponto frente ao apurado em julho.

Mas, apesar de o cenário parecer positivo, o momento é de atenção. Isso porque a mesma pesquisa mostrou que o estoque não planejado está em alta, o que aponta para um consumo menor que o esperado e, consequentemente, para uma desaceleração da produção no curto prazo.

De acordo com a economista da Fiemg, Daniela Muniz, agosto é o terceiro mês consecutivo que o índice de evolução da produção fica acima de 50 pontos, o que indica aumento de produção na indústria mineira. Antes disso, o índice chegou a 37,9 em maio, devido à crise gerada pela greve dos caminhoneiros. Segundo a economista, o crescimento da produção nos últimos meses era esperado, tendo em vista que, a partir do segundo semestre, a indústria começa a se preparar para o aumento de consumo no comércio no fim do ano.

“As vendas acontecem no fim do ano, mas a indústria precisa se preparar antes. Então, a evolução positiva na produção é natural”, explica. O que não é tão positivo é o índice que mede os estoques das indústrias. De acordo com a sondagem, as empresas registraram crescimento dos estoques de produtos finais pelo quarto mês consecutivo, com índice de 53,9 pontos em agosto. O indicador de estoque efetivo em relação ao planejado alcançou 54,8 pontos nesse mesmo mês.

“O indicador que mede o estoque acumulado em excesso em relação ao planejado é o mais importante. Isso porque ter estoque para uma venda futura, por exemplo, é natural. Mas o estoque não planejado mostra que o consumo foi menor que o esperado pela indústria e isso, no curto prazo, vai limitar o crescimento da produção”, destaca a economista.

Mesmo com a indicação de baixo consumo, as empresas esperam que a demanda cresça nos próximos meses, principalmente por causa da injeção de recursos na economia com o 13º salário. Por causa dessa expectativa, a indústria está mantendo seu quadro de funcionários: o índice de evolução do número de empregados é de 49,9 pontos, o que representa estabilidade, já que está muito próximo do limite de 50. O índice registrado em agosto aumentou 1,0 ponto em relação a julho (48,9 pontos) e foi o melhor desde abril de 2013 (50,1 pontos).

Também amparado por essa expectativa de aumento da demanda, o índice de intenção de investimento apresentou o segundo avanço consecutivo, saindo de 52 pontos em agosto para 52,4 pontos em setembro. Apesar disso, o indicador ainda é baixo e acumula queda no ano de 0,6 ponto. “O índice de confiança é medido numa escala de 0 a 100 pontos, então 52,4 é baixo, considerando o quanto ele ainda podia avançar. Isso acontece porque o empresário vive momento de incerteza, principalmente com o cenário de eleições”, afirma Daniela Muniz.

Diário do Comércio – 25/09/18

Veja também