22 de Setembro de 2017
Notícias
Um leilão agendado para 27 de setembro em que o governo federal irá oferecer as concessões de quatro hidrelétricas que pertenciam à mineira Cemig atraiu interessados, e houve aporte de garantias milionárias para participar da disputa por ao menos duas empresas, disseram à Reuters duas fontes com conhecimento direto do assunto.
O governo quer arrecadar 11 bilhões de reais com a venda da concessão das usinas, após o vencimento do prazo para a Cemig explorar os ativos, que somam 2,9 gigawatts em capacidade instalada.
O cronograma do leilão previa que os interessados tinham até quarta-feira para depositar uma garantia de proposta de 55 milhões de reais. O depósito ocorre após o governo federal conseguir derrubar, também na quarta-feira, uma liminar judicial que impedia a realização do certame.
Duas fontes próximas a companhias que avaliavam o certame disseram que as empresas fizeram o depósito do valor exigido.
"Houve depósito", disse uma das fontes, sob a condição de anonimato, porque a preparação para a licitação corre sob sigilo.
As fontes não abriram quais empresas fizeram os aportes de garantia.
Entre os investidores que analisam os ativos da Cemig estão a chinesa State Power Investment Corp., a francesa Engie, junto à brasileira Alupar, a italiana Enel e a mineradora Vale, além da própria Cemig, que tem sondado parceiros para disputar o leilão caso não tenha sucesso em evitá-lo.
Das usinas que serão oferecidas, São Simão, com 1,7 gigawatts em capacidade, terá o maior bônus de outorga de 6,74 bilhões de reais. Em Jaguara, o bônus será de 1,9 bilhão de reais. As outras hidrelétricas, Volta Grande e Miranda, terão bônus de outorga de 1,1 bilhão e 1,29 bilhão de reais, respectivamente.
Apetite
O interesse de investidores veio mesmo em meio a uma grande disputa judicial, com a Cemig buscando meios nos tribunais ou em negociações políticas para manter ao menos algumas das usinas, mesmo que para isso seja necessário pagar um bônus ao governo.
O Tribunal de Contas da União (TCU) havia suspendido as conversas entre governo e Cemig às vésperas da licitação, já agendada, mas nesta quinta-feira um liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), permitiu que as negociações entre a empresa e a União fossem retomadas.
As conversas entre a Cemig e o governo têm gerado preocupação entre alguns investidores, mas não chegaram a afastá-los da disputa, disse a segunda fonte, próxima a uma empresa que também aportou garantias para o leilão.
"É uma situação contraditória, o mesmo governo que determinou dar continuidade ao leilão é o que dá sinais de que está negociando com a Cemig. A gente vê aí provavelmente um jogo político por trás... é um fator de insegurança, mas é o que temos", disse.
Procurado, o Ministério de Minas e Energia não comentou o assunto imediatamente.
(Fonte: Reuters – 21/09/17)
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias