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Último entrave do "Rota 2030": quem paga conta para criar novos carros

26 de Abril de 2018

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Falta pouco, depois de muitas incertezas, para início do programa Rota 2030. Trata-se de um conjunto de regulamentações técnicas – segurança, economia de combustível e emissões – em três períodos de cinco anos, que indicará caminhos para produzir e/ou importar veículos no mercado brasileiro.

É possível, depois de quatro adiamentos, que seja anunciado no próximo mês de maio. Na realidade, depois de mais 100 reuniões entre governo federal e representantes do setor em 2017, há consenso em todos os temas técnicos. A discussão continua sobre custo dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D).

O governo federal alega que a situação fiscal do país dificulta qualquer incentivo no momento, embora a indústria alegue que desembolsos futuros sobre P&D podem ser redirecionados do Brasil para outros países.

R$ 1,5 bilhão de incentivo para R$ 5 bilhões em investimentos?

Durante o 9º Fórum da Indústria Automobilística, na semana passada em São Paulo, organizado pela Automotive Business, as peculiaridades do Rota 2030, sucessor do Inovar-Auto (2013-2017), tomou boa parte das apresentações e debates. O novo programa exigirá investimentos de US$ 5 bilhões especificamente em P&D.

"A contrapartida é que 30% ou US$ 1,5 bilhão possa ser compensado, a posteriori, com crédito de impostos diretos como IPI ou de importação", lembrou Antônio Megale, presidente da Anfavea. O governo quer compensação no Imposto de Renda, mas as empresas alegam que precisam ter lucro e isso não acontecerá tão cedo depois de uma crise de vendas atroz nos últimos quatro anos.

Mais provável é uma conta de chegar para destravar o impasse, possivelmente um nível de incentivo menor que o proposto.

Ineficiência será castigada

Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, afirmou que "Rota 2030 não é panaceia, mas alinhamento com os avanços atuais no exterior e possibilidade de planejar em longo prazo". Já o consultor Octavio de Barros, da Quantum4, parafraseou o dramaturgo Nélson Rodrigues, mas adaptou à situação econômica: "Toda ineficiência será castigada". Para ele não há mais tempo a perder.

Nessa segunda-feira, o tema continuou quente no Seminário Autodata Mercosul Automotivo. Pablo di Si, presidente da VW América do Sul e Caribe, enfatizou a necessidade de não ficar para trás. "Precisamos decidir se vamos apenas dobrar chapas metálicas ou avançar em direção à modernidade", disparou.

Fonte: UOL Carros - 25/04/2018

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