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Maior volume de preço fixado de açúcar alivia situação de muitas unidades sucroenergéticas

22 de Abril de 2020

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Grande parte da fixação de preços do açúcar foi realizada no início deste ano, quando as cotações do açúcar figuravam acima de 15 centavos de dólar por libra-peso

Antes mesmo da pandemia do Coronavírus que despencou o consumo de combustíveis, já era realidade no setor de que a safra 2020/21 será mais açucareira, em decorrência de melhores preços do açúcar e da queda do valor do petróleo, devido ao não acordo entre Rússia e Arábia Saudita sobre a quantidade de extração do combustível fóssil.

Essa antecipação na mudança do mix de produção para o açúcar e, principalmente a maior fixação de preço do açúcar, passaram a ser um alívio para muitas unidades sucroenergéticas nessa terrível crise provocada pelo coronavírus.

De acordo com a consultoria Archer, as usinas do Brasil fixaram, até 31 de março, preços para vendas de 17 milhões de toneladas de açúcar com base em contratos futuros negociados na ICE em Nova York, um grande avanço em relação a igual período do ano passado, estimou nesta segunda-feira a

No mesmo período de 2019, as usinas brasileiras haviam feito "hedge" para vendas de apenas 11 milhões de toneladas de açúcar, disse a consultoria em nota a clientes.

O melhor mesmo, é que grande parte dessa fixação de preços foi realizada no início deste ano, quando as cotações do açúcar figuravam acima de 15 centavos de dólar por libra-peso, diante de expectativas de um déficit global. Recentemente, os preços do adoçante acompanharam outros mercados e caíram para menos de 11 centavos de libra-peso, pressionado pela pandemia de coronavírus.

A Archer estima um valor médio de 13,43 centavos de dólar por libra-peso para o volume com preço já fixado. E analisou que, apesar da recente queda nos mercados futuros de Nova York, mais vendas antecipadas devem ser verificadas por usinas do Brasil, já que o real tem operado em uma mínima histórica ante o dólar e há a perspectiva de que as empresas alterem fortemente o mix produtivo em favor do adoçante, uma vez que a demanda nos mercados de etanol despencou.

A Raízen Energia, Joint venture da Cosan com a petroleira Shell, a Raízen é a maior produtora global do adoçante, além de ser o maior player de etanol de cana, está entre as empresas venderam a produção de açúcar da na safra 2020/21 antes de a epidemia se alastrar. "No açúcar, as vendas já haviam sido contratadas para a safra 2020/21 que acaba de iniciar, não tendo apresentando impactos relevantes na sua programação de comercialização", afirmou o grupo em nota ao mercado.

O Grupo São Martinho, outro grande produtor, também virou sua chave para a produção de açúcar. Fábio Venturelli, Ceo da empresa, informou que os contratos do produto foram negociados há um ano e têm preços garantidos, além de forte demanda no mercado internacional. “Houve um aquecimento do mercado de açúcar no primeiro trimestre. O preço já estava definido, porque fizemos hedge (proteção de garantia de preço). E estamos com as condições necessárias para fazer a exportação nesse momento.”

A Usina Diana, em Avanhandava, SP, também segue a tendência de não só produzir mais açúcar que etanol na safra 2020/21, como de antecipar a venda do produto. A Diana Inicia a moagem com quase 90% da produção de açúcar fixada. E também já fixou 55% da produção de açúcar da safra 2021/22.

 

Fonte: CanaOnline - 22/04 

 

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