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Mercedes-Benz apresenta caminhão a hidrogênio e diz que ele estará nas ruas em 2023

17 de Setembro de 2020

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A Mercedes-Benz apresentou nesta quarta-feira (16) seu primeiro conceito de caminhão movido a hidrogênio. O GenH2 Truck promete autonomia superior a 1.000 km, e deve ganhar as ruas em 2023, na fase de testes com clientes.

A comercialização na Europa, Japão e Estados Unidos está prevista para a segunda metade da década. Até lá, a empresa promete que fará testes exaustivos para comprovar sua viabilidade.

Aliás, a Mercedes disse que vai oferecer somente veículos comerciais novos livres de emissões de CO2 nesses mercados até 2039. O Brasil, pelo menos por enquanto, está fora dos planos nessa primeira etapa.

O GenH2 utiliza dois tanques para armazenar um total de 80 kg de hidrogênio líquido. Eles ficam dispostos nas laterais do chassi, como em um similar a diesel.

Segundo a Mercedes, a escolha pelo combustível em estado líquido se deu porque ele possui maior carga energética do que na forma gasosa, além de exigir uma menor área para ser armazenado.

Esses tanques ainda são capazes de preservar a temperatura do combustível em 253°C negativos, próximo ao zero absoluto. Antes da injeção, o hidrogênio é aquecido, e, em forma de gás, entra no sistema de célula de combustível. O residual expelido pelo escape é vapor de água.

Para mover o GenH2, serão usados dois motores elétricos, capazes de gerar, cada um, 312 cavalos e 160,8 kgfm. Se necessário, os propulsores ainda podem entregar picos de 450 cv e 211,2 kgfm.

O GenH2 tem peso bruto total de 40 toneladas, e capacidade de transportar até 25 toneladas de carga.
Corrida pelo hidrogênio

Caminhões a hidrogênio são mais uma alternativa aos similares a diesel, que são mais poluentes, e começam a ter a circulação restrita em grandes centros urbanos, principalmente nos países mais desenvolvidos.

“O hidrogênio pode ser a alternativa ao diesel. Ele é adequado para grandes distâncias em carros, e também em caminhões, ônibus, trens. E estamos desenvolvendo também motores navais e na aviação”, afirmou Andreas Scheuer, Ministro do Transporte e Infraestrutura Digital da Alemanha, presente no evento, que aconteceu em Berlim.

Nessa corrida pelo hidrogênio, Mercedes e Volvo, concorrentes diretas, se uniram há cerca de seis meses para desenvolver a tecnologia, ganhar maior escala de produção, e, assim, reduzir os custos.

Porém, o Matin Daum, diretor-executivo da divisão de caminhões da Mercedes-Benz afirmou que a aplicação do hidrogênio nos produtos é de responsabilidade de cada marca. “O que as empresas fazem com isso, é com cada uma. Cooperamos no desenvolvimento, mas continuamos concorrentes”, disse.

Além de Mercedes e Volvo, a Bosch, grande fornecedora de peças para a indústria está desenvolvendo sua célula de combustível a hidrogênio.

A empresa alemã trabalha em parceria com a Nikola, fabricante americana de veículos elétricos. As duas companhias prometem um caminhão a hidrogênio com mais de 1.000 cv e autonomia superior a 1.100 km. A previsão é que os primeiros veículos sejam entregues em 2023.

A Nikola ganhou destaque recentemente após a GM anunciar a compra de 11% da companhia por cerca de US$ 2 bilhões.
Custos mais altos

De qualquer forma, o caminhão a hidrogênio será mais caro do que um similar a diesel. A expectativa dos custos adicionais, porém, não foi revelada.

É natural que o desenvolvimento desta tecnologia faça os preços baixarem, mas isso ainda deve levar algum tempo.

Na apresentação desta quarta-feira, o Daum pediu que o custo dos pedágios seja mais baixo para veículos com baixas emissões. Seria uma das formas de parear os custos extra do hidrogênio em relação aos similares a diesel.

Nesse caso, é preciso lembrar que o executivo se refere ao transporte de cargas na Europa.
Outras alternativas

Além do caminhão movido a hidrogênio, a Mercedes também apresentou um novo modelo elétrico. A segunda versão do eActros será lançada em 2024.

Ao contrário da primeira configuração, que chega ao mercado no ano que vem e tem vocação urbana, o modelo mais recente foi pensado para transportes de longo alcance. Por isso, tem autonomia de 500 km.

 

Fonte: G1 – Auto Esporte - 17/09

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