12 de Abril de 2018
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Em audiência da Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quarta-feira (11/4/18), a requerimento de seu presidente, deputado Felipe Attiê (PTB). Parlamentares discutiram a tributação dos combustíveis em Minas Gerais.
A composição dos preços da gasolina foi apresentada pelo diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro), Márcio Croso Soares, que resumiu a situação com a frase: “o problema não é o posto, mas o imposto”. Segundo ele, 48% do valor da gasolina vão para os cofres públicos estaduais e federais.
Outros 26%, de acordo com o representante do Minaspetro, ficam com a Petrobras, que produz a gasolina “pura”, e 12% pagam as usinas de etanol, o álcool usado na mistura da gasolina tipo C, vendida nos postos. Sobram, portanto, 14% para remunerar distribuidora, transportadora e posto, sendo a maior parte para as distribuidoras.
Cobrança pelo preço presumido eleva arrecadação
Soares afirmou que os combustíveis respondem por 25% do ICMS do Estado e são de fácil arrecadação. Por isso o interesse do governo em ampliar a alíquota, como ocorreu recentemente, de 29% para 31%. Além disso, segundo ele, o imposto é cobrado pelo preço preço médio ponderado final (PMPF), no caso de Minas, o valor médio calculado pela Secretaria de Fazenda (SEF) é maior que a média feita pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
O diretor usou dados de março para ilustrar essa discrepância de preços. Em São Paulo, onde a alíquota de ICMS é de 25%, a ANP encontrou preço médio de R$ 3,990, bem próximo dos R$ 4,003 do governo. Já em Minas, a agência apurou R$ 4,440, contra R$ 4,676 da SEF.
“É sobre esse valor majorado, chamado de preço pauta, que se calcula o ICMS. Mesmo que o posto faça uma promoção, o valor do imposto não cai”, destacou. Em resposta, o deputado Felipe Attiê solicitou estudos da ALMG para a elaboração de projeto que estabeleça normas e metodologia para a fixação do chamado preço pauta, de forma a se obter um resultado transparente.
Queda no valor do álcool não chegou às bombas
No caso do etanol, o percentual dos tributos é menor. De acordo com o presidente da Siamig, que reúne indústrias sucroenergéticas e de fabricação de álcool e açúcar, Mário Ferreira Campos Filho, os impostos representam 24,3% do preço do produto. Outros 16,3% cobrem distribuição, logística e revenda. E pouco mais de 51% ficam com o produtor.
“É preciso ressaltar que o etanol não sofre nenhuma transformação entre a produção e a revenda. Ele sai pronto do produtor”, destacou. O presidente afirmou, ainda, que houve, no último mês, queda de 13% no preço pago ao produtor, o que corresponde a R$ 0,35 por litro. “Mas essa redução ainda não chegou ao consumidor”, observou.
O coordenador do Procon do Ministério Público de Minas Gerais (MP), Amauri Artimos da Matta, salientou que, como os preços dos combustíveis são livres, trabalha no sentido de coibir a formação de cartel, com o aumento combinado de preços. Mas o MP, segundo ele, é proibido, por lei, de apresentar ação coletiva para defender o consumidor quanto se trata de tributos.
Para assistir a reunião completa, clique AQUI.
Fonte: ALMG - 11/04/2018
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