06 de Março de 2018
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O consumo de etanol hidratado, em Minas Gerais, registrou volume recorde em janeiro, quando comparado com a série histórica para o mesmo mês. No Estado, o uso do biocombustível alcançou 167,8 milhões de litros no primeiro mês do ano, um avanço de 106,3% frente a janeiro de 2017.
Mesmo em período de entressafra, o que eleva os preços do combustível renovável, a demanda está aquecida em função dos altos preços da gasolina e pelo fato de os consumidores fazerem as contas e observarem um melhor rendimento dos veículos com o etanol. Com a procura em alta, as expectativas para a safra 2018/19, que se inicia em abril, são positivas e a tendência é de que haja maior fabricação do biocombustível no período.
De acordo com os dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o volume de hidratado consumido no Estado, em janeiro, foi o maior desde 2000 para o mês. Para se ter ideia do aumento, em janeiro de 2017 a quantidade do biocombustível vendida pelas distribuidoras foi de 81,34 milhões de litros. Até então, o recorde anterior para o mês havia sido em 2016, quando foram comercializados 114,4 milhões de litros.
O crescimento expressivo será um estímulo para que a produção de etanol continue em alta no Estado. Entre os fatores que impulsionam o uso do etanol hidratado está o preço remunerador praticado em 2017, o que incentivou o maior investimento das usinas no biocombustível.
No período, várias unidades revisaram o mix de cana-de-açúcar, ampliando o volume destinado ao etanol. Com isso, mesmo em época de entressafra, a oferta do biocombustível está mais equilibrada com a demanda.
O presidente-executivo da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, explica que muitos consumidores estão fazendo as contas e percebendo um melhor desempenho dos veículos abastecidos com etanol. Com isso, mesmo que o preço do etanol corresponda a mais de 70% do valor da gasolina, em muitos casos, o uso do biocombustível ainda é vantajoso.
“A gente está em entressafra e, poucas vezes, vimos uma demanda bem alta no período. Essa entressafra foi complemente diferente. Dois fatores provocaram a elevação. Um deles é a política mais transparente na formação de preços da gasolina por parte da Petrobras; o outro são os preços atuais dos combustíveis. O cenário atual de preços leva à modificação das escolhas por parte do consumidor, que está mais atento em relação ao desempenho dos veículos e comparando o rendimento gerado com o etanol e com a gasolina”, destaca Campos.
Projeções - Com o mercado aquecido, a tendência é de aumento da produção de etanol na safra 2018/19 da cana-de-açúcar. Campos esclarece que algumas unidades já estão retomando a produção agora em março, mas a maior parte retorna em abril.
“Nossa expectativa é de que o consumo de etanol em 2018 seja maior. Por isso, a tendência é ter mais cana-de-açúcar destinada à fabricação do biocombustível e, obviamente, ter mais oferta para atender ao mercado. Estamos satisfeitos com as condições de desenvolvimento da safra que vai se iniciar. Tudo caminhou bem e tivemos um período com boas chuvas”, afirma.
Acumulado - A safra 2017/18 de cana-de-açúcar em Minas Gerais será encerrada neste mês. De acordo com os últimos dados da Siamig, no acumulado da safra até o início de fevereiro, as usinas já haviam esmagado 63,96 milhões de toneladas de cana, variação positiva de 1,81%, frente à safra 2016/17. Do total de cana esmagada, 49,28% foi destinada à fabricação de açúcar e 50,72% para produção de etanol total.
No período, a produção de etanol total somou 2,67 bilhões de litros, alta de 1,86%. A fabricação de etanol hidratado está 8,6% maior, com 1,67 bilhão de litros produzidos. Já o etanol anidro registrou queda de 7,68% e 1 bilhão de litros gerados.
A produção mineira de açúcar alcançou 4,2 milhões de toneladas, alta de 6,58%.
Fonte: Diário do Comércio - 06/03/2018
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