02 de Maio de 2017
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A moagem de cana-de-açúcar em Minas Gerais deve recuar 4% na safra 2017/18, com o esmagamento de 61 milhões de toneladas. A queda se deve ao crescimento da área de renovação dos canaviais. Apesar disso, a tendência é de que a produção de açúcar, por mais um ano, cresça e atinja o volume recorde de 4,1 milhões de toneladas. Já a produção do etanol será menor. Entre os desafios para o ano estão os preços do açúcar, que iniciaram o ano-safra em queda, e a importação crescente de etanol norte-americano. O lançamento da safra 2017/18 de cana-de-açúcar aconteceu na última sexta feira, na Fazenda Santa Vitória, em Uberaba, no Triângulo.
De acordo com o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos, a recuperação dos preços dos produtos oriundos da cana-de-açúcar permitiu que as empresas retomassem parte dos investimentos, que foram feitos, principalmente na renovação dos canaviais. Este ano, a área de moagem é de 802 mil hectares, retração de 4%. Já a área de renovação cresceu 24%, somando 168 mil hectares.
“As expectativas para a safra que se inicia são boas. O ano passado foi de recuperação, com preços adequados tanto para o açúcar, como para o etanol. Esses preços refletem para o produtor rural que investe. O ano passado foi de renovação dos canaviais. Por isso, a área de moagem cai e reflete em menor produção”, explicou Campos.
Com a renovação ganhando espaço em 2016, o volume de cana voltada para o esmagamento ficará 4% menor na safra 2017/18, mas a tendência é de que na safra 2018/19 haja incremento significativo no volume a ser processado.
No Estado, onde estão instaladas 34 usinas, 20 já iniciaram a safra. Das 61 milhões de toneladas de cana a serem esmagadas, 52% serão para a produção de açúcar. A expectativa é fabricar 4,11 milhões de toneladas, volume que, se alcançado, será recorde e 3% superior aos 3,98 milhões de toneladas obtidas na safra anterior.
O incremento se deve ao ingresso das usinas Vale do Pontal, em Limeira do Oeste, e da Bioenergética Aroeira S/A, em Tupaciguara, ambas no Triângulo, na produção. Antes as unidades eram voltadas somente para o etanol.
O diretor financeiro da Bioenergética Aroeira S/A, Gabriel Feres Junqueira, explica que foram investidos R$ 50 milhões na fábrica de açúcar, que neste ano produzirá 100 mil toneladas voltadas totalmente para a exportação. “Apesar da queda nos preços, o mercado do açúcar é interessante para a diversificação da empresa, que antes fabricava apenas o etanol”, explicou.
O ingresso da Usina Vale do Pontal na produção de açúcar ocorre após a aquisição da unidade, antes somente de etanol, pela Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA). Foram investidos R$ 80 milhões na instalação da fábrica de açúcar e a expectativa é produzir 60 mil toneladas do produto na safra 2017/18.
“As expectativas são muito boas em relação à safra, os preços do açúcar estão melhores que os do etanol e, por isso, esperamos resultados positivos”, disse o presidente do Grupo CMAA, Carlos Eduardo Turchetto Santos.
Preços - Em relação ao mercado para o açúcar, 2017 está menos atrativo que o ano anterior, em função do recuo dos preços no mercado internacional. Enquanto no ano passado os contratos mantiveram uma média de R$ 1,2 mil a R$ 1,3 mil a tonelada de açúcar, neste ano o valor já recuou para R$ 1 mil a tonelada.
“Os preços do açúcar estão em queda e a paridade em relação ao valor do etanol está mais próxima, o que poderá refletir em uma produção maior do biocombustível na próxima safra. Neste ano, a produção do açúcar será maior pelo ingresso de duas unidades na produção. Se não fosse isso, o volume ficaria estável”, disse o presidente da Siamig, Mário Campos.
(Fonte: Diário do Comércio – 29/4)
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