28 de Novembro de 2018
Notícias
No estado do Rio, motoristas têm encontrado o GNV mais caro do que o etanol em alguns postos.
É duro, mas é a realidade. O preço do gás natural veicular passou da barreira dos R$ 3, um recorde para o valor do combustível.
Um levantamento da Agência Nacional do Petróleo nos postos de todo o país mostra que o metro cúbico do GNV ficou 24% mais caro desde novembro do ano passado, quase o dobro da alta gasolina no mesmo período e oito vezes mais que o preço do etanol.
De acordo com a ANP, de 2013 para cá, o GNV só fez subir. Naquele ano, o metro cúbico custava, em média, R$ 1,79. Hoje custa R$ 3,04.
Essa disparada acabou provocando uma situação inédita. Pela primeira vez, em alguns postos de abastecimento, os motoristas estão encontrando o preço do metro cúbico de GNV mais caro que o preço do litro de etanol.
Na Baixada Fluminense, encontramos GNV seis centavos mais caro que o etanol. Já no sul do estado do Rio, um posto de Valença vende o GNV a R$ 4,18. “Está bem salgado aí para a gente, ainda mais pra gente que depende pra trabalhar aí”, disse um motorista. Na região dos Lagos, a diferença entre os dois combustíveis é de um centavo a mais para o etanol. “Esse preço vai acabar não compensando mais”, reclamou outro.
A Rosane tem que trabalhar entre 12 e 14 horas por dia para pagar a diária do táxi. Para ela, o GNV seria o combustível ideal, mas ela anda reconsiderando: “Ficou como se fosse a gasolina. Tá me causando prejuízo o GNV agora, no momento”.
O especialista Edmar de Almeida, do Instituto de Economia da URFJ, deu três motivos para a alta do GNV: “O preço do gás natural, que vem subindo muito; o preço do câmbio do dólar que afeta, porque o gás natural é vendido em dólar no Brasil; e também a demanda de GNV, que aqueceu muito nos últimos dois anos, principalmente em função dos aplicativos, do uso dos aplicativos no trânsito”.
Há três anos o Sérgio é motorista de aplicativo e se tem uma coisa de que ele não abre mão é da vigilância nos preços do etanol e do GNV. Vive fazendo contas para driblar os custos: “Eu usava 80% de GNV e 20%, etanol. Hoje já tô fazendo, 60%, 40%”.
O Jornal Nacional encontrou o Moisés fazendo o primeiro abastecimento de GNV. Ele tinha acabado de instalar o cilindro e acha que o gás só valeria totalmente à pena se o preço estivesse mais baixo: “Compensa pelo custo-benefício do IPVA, né? E também de transporte. O GNV está subindo, mas esperamos que ele volte a cair, né?”.
G1 - 28/11/2018
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