29 de Janeiro de 2020
Notícias
Estado mantém a melhor relação do preço do etanol com a gasolina, conforme dados da ANP. Além disso, combustível é a opção mais sustentável para abastecer
Mato Grosso continua sendo o estado em que mais vale a pena usar o etanol para abastecer. O valor médio do combustível na semana passada correspondeu a 64,57% do valor médio da gasolina, mesmo com as oscilações mais recentes observadas no mercado. A análise é do presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Guilherme Nolasco.
"O mercado convenciona que, para ser considerado atrativo, o etanol deve corresponder a até 70% do valor da gasolina. Na média brasileira, esse percentual foi superado, mas em Mato Grosso a relação continua sendo vantajosa para o consumidor final", explica Nolasco. Dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP) referentes à semana de 12 a 18 de janeiro indicam que o valor médio no Brasil do etanol hidratado chegou a R$ 3,241 – superando a barreira dos 70% pela primeira vez desde abril de 2018.
Dentre as capitais com maior consumo de etanol, Cuiabá continua tendo o preço mais atrativo. Mesmo com uma pequena alta de 1,69% de uma semana para a outra, a comparação do preço do etanol com a gasolina ficou em 64,57%, a melhor entre São Paulo (69,74%), Curitiba (74,83%), Goiânia (70,58%), Rio de Janeiro (85,12%) e Belo Horizonte (68,68%).
"Não bastasse ser uma opção mais acessível de combustível para o consumidor final, o etanol é a alternativa mais sustentável e ambientalmente correta para se abastecer. A emissão de gases de efeito estufa durante a produção de etanol de milho, por exemplo, é de 71% a 100% inferior ao volume emitido quando se produz gasolina", cita o presidente.
Os percentuais foram mensurados em estudo de 2018 realizado pela Agroícone e pela Iniciativa para o Uso da Terra (Input), que tomou como referência uma indústria autônoma de etanol de milho com capacidade de produção anual de 500 milhões de litros.
Nolasco destaca também o caráter inclusivo do etanol de milho produzido em Mato Grosso. "Estamos falando de um negócio local, que fomenta a economia regional, com arrecadação de impostos e geração de emprego e renda. Além de um valor mais competitivo na bomba se comparado com a gasolina, o etanol é mais sustentável e tem impactos sociais. É a melhor alternativa", afirma.
Ele cita como exemplo a projeção de geração direta e indireta de 8,5 mil empregos somente nos anos de instalação de uma fábrica similar à analisada no estudo AgroÍcone/Input. Quando entra em operação, esse volume de postos de trabalho se amplia para mais 4,5 mil empregos ao ano.
Conjuntura
Especificamente em Mato Grosso, a cotação do etanol junto ao consumidor final tem oscilado em decorrência de três fatores principais. O primeiro é a alta no valor do milho, motivada por um cenário composto por redução nos estoques disponíveis, demanda firme para exportação e aumento na demanda para consumo interno.
No ano de 2019, o valor médio do milho foi de R$ 21,48 por saca, segundo o indicador do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). No último boletim setorial, o valor alcançado foi de R$ 36,39/sc na média de todas as regiões – um aumento de 69%. Somente no período de 17 de dezembro de 2019 a 17 de janeiro de 2020, a alta nos preços foi de 13,42%.
Além disso, de 20 de dezembro de 2019 a 24 de janeiro deste ano, o valor médio de venda do etanol das usinas produtoras para as distribuidoras aumentou 8,15% – já incluindo a ampliação de 2 pontos percentuais na alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Os dados são do Centro de Estudos Avançados de Economia Aplicada – Cepea.
"Mesmo considerando essas oscilações, abastecer com etanol em Mato Grosso ainda é a melhor escolha", reitera o presidente da Unem.
Fonte: Assessoria de Comunicação União Nacional do Etanol de Milho – Unem – 28-01
Veja também
18 de Abril de 2024
Futuro do setor bioenergético brasileiro é tema de debate da Revista CanaOnlineNotícias
18 de Abril de 2024
Brasil apoia iniciativa indiana para sediar Aliança Global de BiocombustíveisNotícias
18 de Abril de 2024
Produtores brasileiros de etanol podem ser os primeiros beneficiados da indústria de SAFNotícias