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Índia aprova subsídio para exportar 6 milhões de toneladas de açúcar

29 de Agosto de 2019

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O governo da Índia anunciou nesta quarta-feira um subsídio para a exportação de 6 milhões de toneladas de açúcar na safra 2019/20, que começa em outubro, segundo o jornal indiano “The Economic Times”, citando o porta-voz do governo, Prakash Javadekar.

O governo pagará às usinas 10.448 rúpias (o equivalente a US$ 146,14) por tonelada de açúcar na próxima temporada. Se o custeio cobrir todo o volume pretendido, o governo indiano terá um gasto de 62,68 bilhões de rúpias (o equivalente a US$ 876,74 milhões).

O objetivo é reduzir o excedente de açúcar nos estoques domésticos do país e ajudar as usinas a reduzirem os atrasos na produção de cana.

A Índia já enfrenta investigações (paineis) na Organização Mundial do Comércio (OMC) abertas por Brasil, Austrália e Guatemala por causa dos subsídios aplicados à produção e às exportações nas últimas safras.

O anúncio da uma nova temporada com subsídios foi repudiado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), que representa as usinas do Centro-Sul do Brasil. “Na prática, significa que teremos mais um ciclo de safra internacional com preços distorcidos artificialmente, prejudicando milhares de produtores de diversos países”, afirmou Evandro Gussi, presidente da entidade, em nota.

Em meados do ano passado, a Índia anunciou medidas que incluíam apoio à exportação de até 5 milhões de toneladas de açúcar, o que ajudou a pressionar os preços internacionais do produto aos menores patamares em cerca de dez anos. Nos últimos 12 meses, os preços recuaram cerca de 30%.

Segundo estimativas feitas pela Unica, somente nesta última safra, a política indiana foi responsável por um prejuízo de mais de US$ 1,2 bilhão aos produtores brasileiros.

“A política indiana é insustentável no longo prazo e é preciso que o governo local reveja sua estratégia para a cana-de-açúcar. O setor produtivo brasileiro busca apenas o respeito às regras estabelecidas pela OMC para que todos os países produtores possam competir de forma justa em um cenário internacional que siga os preceitos de mercado”, acrescentou Gussi. “Estamos sendo punidos por nossa eficiência”, complementou.

Valor Econômico - 28/08/2019

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