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Índia corre risco de não cumprir meta de exportação de açúcar

30 de Março de 2020

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Usinas de açúcar na Índia, a terceira maior exportadora global da commodity, correm risco de não cumprir a meta de exportação neste ano devido ao bloqueio nacional para impedir a propagação do coronavírus, o que causa gargalos de logística em portos.

O país não conseguirá exportar os 5 milhões de toneladas no ano até setembro como esperado anteriormente, devido à falta de mão de obra em portos e usinas, disse Adhir Jha, diretor-gerente e CEO da Indian Sugar Exim.

A Índia, que tenta lidar com estoques recordes, quer aumentar as vendas de açúcar bruto para países como Indonésia e Malásia e, assim, reduzir o excesso de oferta doméstica. Qualquer instabilidade dos suprimentos pode dar suporte aos preços globais.

Embora portos indianos estejam liberados do bloqueio, muitos trabalhadores enfrentam problemas de transporte e voltaram para suas cidades natais. As operações de fábricas também são afetadas. A falta de caminhoneiros e carregadores também prejudica as perspectivas para novas encomendas ao exterior, pois clientes estrangeiros suspendem os pedidos até que a situação se estabilize, disse Jha em entrevista por telefone.

Desde 1º de outubro do ano passado, usinas na Índia fecharam contratos de exportação de cerca de 3,5 milhões de toneladas, disse Jha. Desse total, mais de 500 mil toneladas ainda serão embarcadas, acrescentou.

"Os portos não estão funcionando adequadamente, pois operações intensivas em mão de obra estão paralisadas", disse Rahil Shaikh, diretor-gerente da trading Meir Commodities Índia. "Os contratos serão executados somente quando a situação do Covid-19 se normalizar e, até lá, a cláusula de força maior deve ser acionada."

A Índia pode exportar 300 mil toneladas de açúcar branco de baixa qualidade todos os meses entre maio e setembro, após o término do período de moagem em meados de maio, se as coisas voltarem ao normal, disse Shaikh.

 

Fonte: Bloomberg - 27/03 

 

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