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Nissan planeja separação da Renault, diz Financial Times

13 de Janeiro de 2020

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Repercussão da fuga de Carlos Ghosn teria intensificado as discussões sobre ruptura entre as empresas

TÓQUIO — Os executivos da montadora japonesa Nissan estudam a possibilidade de se separar da francesa Renault, paralelamente à repercussão da fuga do Japão de Carlos Ghosn, segundo mostrou neste domingo o  Financial Times (FT). Os planos incluem uma divisão das áreas de engenharia e manufatura, além de mudanças no conselho da Nissan, de acordo com a reportagem.

A aliança entre as empresas do setor automobilístico existe há mais de 20  anos e já foi liderada por Ghosn antes de sua prisão, acusado de cometer crimes financeiros.

Segundo o FT, apesar dos esforços da japonesa para melhorar as relações, a parceria com a Renault “se tornou tóxica já que muitos executivos da Nissan creem que a empresa francesa põe para baixo o grupo japonês”.

A decisão de separação, diz a reportagem,  poderia levar as empresas a procurarem novos parceiros, em um contexto de queda de vendas; aumento de custos, com a transição para veículos elétricos; e mais competitividade,  com Fiat Chrysler e  PSA se fundindo e  Volkswagen e  Ford formando sua própria aliança.

As discussões sobre uma  possível separação ocorrem em um momento sensível para a Renault e a Nissan, segundo fontes ouvidas pelo jornal inglês.

Nas próximas semanas, Jean-Dominique Senard, presidente do conselho de administração da Renault, deve apresentar vários projetos combinados para demonstrar que a aliança ainda pode funcionar.

“Não podemos sobreviver se não agirmos rapidamente, agora, para compartilhar de verdade”, disse Senard ao Financial Times, em entrevista no mês passado.

A reportagem conta ainda que Makoto Uchida, o novo executivo-chefe, estava trabalhando em estreita colaboração com Senard para lançar os novos projetos.

A nomeação de Uchida, no entanto, não conseguiu acalmar a desconfiança da Renault no interior da Nissan, segundo pessoas ouvidas pelo jornal.

De acordo com a  reportagem, Nissan e Renault não quiseram comentar o assunto.

 

Fonte: O Estado de S. Paulo – 13-01

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