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Nissan voltará a testar etanol em células de combustível no Brasil

30 de Abril de 2019

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A Nissan voltará a testar o etanol em suas células de combustível no Brasil. O protótipo da van NV200 SOFC teve uma primeira fase de testes por aqui entre 2016 e 2017, mas retornou ao Japão. Agora, o veículo retornará para dar continuidade na avaliação do combustível vegetal como fonte de energia em carros híbridos.

De olho no potencial de eletrificação com o etanol, a Nissan fechou um acordo com a Unicamp para investigar alternativas viáveis com o produto, a fim de que ele possa vir a abastecer um carro com células de combustível como a NV200 SOFC. O motivo não é apenas localizar a tecnologia, mas tornar o biocombustível um produto internacional.

Isso significaria a sustentabilidade da tecnologia SOFC da Nissan em outros mercados, especialmente naqueles já consolidados, garantindo assim uma alternativa mais barata e viável ao hidrogênio puro, que tem logística cara e segurança de nível elevado demais para se popularizar inicialmente.

Aqui, a NV200 SOFC rodou com etanol abastecido em postos comuns e fez médias entre 20 e 25 km/l, algo bem superior ao que se espera do Novo Corolla Hybrid Flex, que se estima em torno de 15 km/l. Nessa tecnologia, o etanol é reformado por um processo químico, onde o hidrogênio é retirado e injetado junto com ar nas células de combustível, fazendo assim a reação que resulta em eletricidade e vapor de água.

Como não queimado, o impacto ambiental será menor que o do etanol hoje nos carros e mesmo no híbrido da Toyota. A Unicamp estuda a viabilidade de um etanol celulósico “terceira geração”, visto que o de segunda, já está disponível. Este primeiro é chamado de cana-energia e é a planta com caule duro, cujo potencial de aproveitamento energético é enorme.

De acordo com a universidade de Campinas, a cana-energia pode gerar uma produção de 240 toneladas por hectare contra 80 da cana comum, ou seja, três vezes. O objetivo é que no futuro, a produção nacional de etanol alcance 100 bilhões de litros. Atualmente está em 30 bilhões e o etanol “2.0” só não decolou ainda por falta de demanda. Com este “3.0”, a ideia é torna-lo uma commodity nas bolsas de valores.

Por ora, a Nissan aposta na tecnologia e-Power com motorização flex, que assim pode utilizar o etanol e tornar o elétrico mais eficiente em autonomia. O modelo que está na mira para iniciar essa fase é o crossover Kicks. A marca poderia usar o motor 1.0 nacional nessa função de gerador.

Automotive Business - 30/04/2019

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