24 de Abril de 2018
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A alta de 42% no preço do barril de petróleo nos últimos 12 meses e a reorganização do setor, provocada pelo fim da exclusividade da Petrobras como operadora da camada pré-sal, estão estimulando um novo ciclo de investimento no país, desta vez com participação relevante de empresas privadas. A União, junto com os Estados e municípios onde se localizam os principais centros produtores, deve arrecadar, neste ano, R$ 56 bilhões entre royalties, participações especiais e nos leilões de áreas de exploração, segundo projeções do governo e do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
No caso dos royalties e participações especiais, a expectativa é que a receita chegue a R$ 37,521 bilhões, um incremento de 23,3% em relação a 2017, mais que o dobro do que foi distribuído em 2016. Adriano Pires, diretor do CBIE, informou que as projeções consideram preço médio do barril em US$ 63,36 – ontem, o tipo Brent fechou cotado a US$ 74,71. “Há quem diga que o preço chegará a US$ 80, o que pode elevar ainda mais o valor de distribuição de royalties”, observou Pires.
Os cálculos consideraram dólar médio a R$ 3,29, variável que também mudou nos últimos dias, favorecendo o setor de petróleo – ontem, a moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 3,45. A incerteza eleitoral e as tensões geopolíticas envolvendo Estados Unidos, Rússia, China e Síria podem provocar novas desvalorizações do real até o fim do ano.
Para Adriano Pires, as boas perspectivas do setor petrolífero não se limitam a 2018. A tendência é que o ciclo de investimentos dure pelo menos cinco anos. “Tudo leva a crer que teremos um novo boom de royalties no Brasil”, diz ele.
A produção deve avançar nos campos de pré-sal, que hoje já respondem por 50% do óleo produzido no Brasil. Isso deve permitir a distribuição de royalties para outras regiões. “No Rio, por exemplo, a tendência é que a maior distribuição de royalties se desloque dos municípios de Macaé e Campos para os de Maricá e Niterói”, prevê o diretor do CBIE.
Fonte: Valor Econômico – 24/04/2018
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