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Odebrecht almeja R$ 4 bilhões em contratos na área de energia até 2021

25 de Setembro de 2018

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A Odebrecht planeja arrematar R$ 4 bilhões em encomendas de obras na área de energia no Brasil nos próximos três anos. Neste momento, a companhia negocia quatro contratos no segmento, apurou o Valor. Os detalhes dos projetos em negociação, no entanto, não são revelados.

A disputa pelos novos contratos faz parte do novo posicionamento estratégico do grupo para o setor de energia, após o turbilhão da Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, cujo cenário passou a ser caracterizado por empreendimentos de menor porte, em relação às grandes hidrelétricas erguidas no passado, e por fontes de geração diversificadas.

“A energia continua sendo um dos principais focos da companhia. Queremos participar de forma relevante dessa nova forma do setor”, afirmou Antonio Augusto Santos, gerente responsável pela área de energia na Odebrecht Engenharia & Construção. “No momento, estamos próximos de todos os segmentos [de energia], nesse novo modelo de consolidação”.

A nova estratégia da Odebrecht, por exemplo, inclui obras de linhas de transmissão, experiência obtida pelo grupo no exterior mas pouco utilizada no Brasil, onde a atuação maior se dava na construção das hidrelétricas.

“Estamos trabalhando nos leilões”, disse Santos, acrescentando que a empresa tem mantido conversas com investidores do segmento, com vistas ao próximo leilão de linhas de transmissão, previsto para 20 de setembro e que ofertará 20 lotes, com investimentos estimados de R$ 13,5 bilhões.

Dentro da carteira atual de projetos, a Odebrecht está concluindo as obras da usina de Baixo Iguaçu (PR), a terceira maior hidrelétrica em construção no país, com 350 megawatts (MW) instalados, atrás apenas de Belo Monte (11.233 MW, no Pará) e Sinop (400 MW, em Mato Grosso). A expectativa é que a primeira turbina da usina entre em operação em dezembro deste ano. As outras duas máquinas darão a partida em janeiro e fevereiro do próximo ano, respectivamente.

Empreendimento da Neoenergia e Copel, a usina tem investimento estimado em R$ 1,6 bilhão. A usina é a última hidrelétrica a ser implantada no rio Iguaçu, um dos mais importantes do país em termos de geração de energia, com quase 7 mil MW instalados.

Segundo Fernando Rauhan, gerente da Odebrecht Engenharia & Construção responsável pela obra de Baixo Iguaçu, apesar da proximidade da usina com o Parque Nacional do Iguaçu, o empreendimento tem impacto ambiental relativamente baixo. Isso porque, da área total do reservatório, de 31,6 quilômetros quadrados, 57% são da própria calha do rio. Com isso, a área inundada é de apenas 13,5 quilômetros quadrados.

No histórico, a Odebrecht já construiu 86 hidrelétricas, totalizando 61 mil MW de capacidade, além de 17 termelétricas e de duas usinas nucleares. No setor de transmissão, a empresa já instalou 6,3 mil km de linhas.

Incluindo todos os segmentos de infraestrutura, a Odebrecht prospecta US$ 71 bilhões em contratos ao redor do mundo, com expectativa de conseguir encomendas no valor total de US$ 18 bilhões nos próximos três anos. Desse montante, 30% seriam no Brasil.

Valor Econômico - 24/09/18

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