29 de Junho de 2018
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Considerada a maior feira do setor sucroenergético no país, a Fenasucro & Agrocana anunciou a expectativa de movimentar R$ 4 bilhões em negócios na 26ª edição do evento, entre 21 e 24 de agosto, em Sertãozinho (SP).
O valor representa crescimento de 7% em relação ao ano passado e supera, inclusive, tudo o que foi negociado na Agrishow 2018, a maior feira de tecnologia agrícola da América Latina, que movimentou R$ 2,7 bilhões, em maio.
Para o gerente da Fenasucro, Paulo Montabone, a regulamentação da Política Nacional de Biocombustíveis, a chamada RenovaBio, em março, deve impulsionar as vendas, já que prevê aumento na produção de etanol, além de elevar o percentual de biodiesel no diesel comum.
“Nós temos que dobrar a produção de etanol até 2030. Quando a gente fala em dobrar a produção no Brasil, pensa em construir mais 290 usinas ou tornar mais eficientes as que já existem? Vamos montar mais termelétricas ou vamos fazer um retrofit [modernização] no que já existe? A Fenasucro oferece tecnologia para isso”, explica.
Ao mesmo tempo, a expectativa de alta na produção e na utilização de bioenergia também deve impulsionar o setor, a partir da valorização da biomassa –utilização do bagaço de cana-de-açúcar para gerar eletricidade – no cenário nacional.
Dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) apontam que a energia elétrica exportada e gerada a partir do bagaço da cana pode até “substituir” as hidrelétricas durante o período de estiagem, quando o nível dos reservatórios diminui.
“Quando a gente fala em energia, ela está em todas as vertentes: no etanol, na cogeração e até no corpo, através do açúcar. Então, o olhar sobre o setor está mudando. A gente sai do coronelismo antigo para empresas high tech, de biotecnologia. Existem usinas na Índia, em toda a América Latina e no Caribe com tecnologia brasileira”, afirma Montabone.
Em 2018, a Fenasucro & Agrocana tem como tema "Sinal verde para o futuro" e, segundo o gerente, também deve discutir temas importantes, como sustentabilidade e proteção ao meio ambiente, aliados à eficiência produtiva no campo e na indústria.
Além do setor canavieiro, a feira também espera atingir empresários das áreas de transporte e logística, alimentos e bebidas, biodiesel, além de papel e celulose. Ao todo, 40 mil visitantes são esperados nos quatro dias do evento.
“A mesma esteira que leva o bagaço de cana, leva o cavaco de madeira. A mesma turbina que cogera energia aqui, cogera energia lá. Em uma fábrica de suco de laranja, o processo de destilação do suco concentrado é bem parecido com o do etanol”, explica Montabone.
Área e negócios
Ao todo, 1 mil marcas vão apresentar alternativas e soluções para o setor sucroenergético durante a Fenasucro & Agrocana, que acontecerá no Centro de Eventos Zanini e terá 1 mil metros quadrados a mais de área do que nas edições passadas.
A feira é dividida em quatro setores: agrícola, fornecedores industriais, processos industriais e energia. As rodadas de negócios também devem reunir investidores de 40 países, gerando cerca de R$ 13 milhões em acordos internacionais.
“A busca por eficiência energética talvez seja a maior tendência macroeconômica que existe hoje. Muito mais do que criar ativos novos, a solução é otimizar o que já tem. É a força motriz da economia”, diz o diretor da feira, Paulo Octávio Pereira de Almeida.
Ainda segundo Almeida, a regulamentação da RenovaBio coloca a cadeia sucroenergética novamente como protagonista na economia nacional e garante mais previsibilidade nos investimentos, e é isso que sustenta o otimismo dos organizadores da feira.
“A gente entra em uma fase que extrapola o setor em que ele atua, que é o sucroenergético, para realmente mostrar a importância da cana-de-açúcar, em última instância, em vários outros setores da economia. É o momento de atrair outros estores da economia e isso é emblemático”, finaliza Almeida.
Fonte: Portal G1 – 29/06/2018
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