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Overview de custos de produção

13 de Agosto de 2020

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Custo é algo que chama a atenção em qualquer setor ou área, pois sempre pode ser melhorado. Com a cana também é assim e foi com a temática sobre custos de produção na cultura que o professor e gestor de Novos Projetos do Pecege, João Rosa, apresentou a sua live, oferecida pela UPL, durante o Agronegócios Copercana edição on-line.

Os dados mostrados por ele referem-se à região Centro-Sul do Brasil e apontam uma amplitude de valores para a formação do canavial devido à quantidade de usinas e às diferentes realidades de produção, partindo de R$ 8.758,00 a R$ 12.905,00 por hectare. "O custo em reais por hectare é uma unidade delicada de análise, não dá para afirmar que determinada empresa ou produtor é ineficiente em função do quanto é investido por hectare", observa Rosa.

Ele também elencou que dentro da formação de um canavial, os investimentos em insumos são representativos, 28% são para preparo de solo, 51% são voltados para o plantio e 21% são tratos culturais em cana planta.

Rosa ressaltou que a real análise a fazer tem que levar em consideração a qualidade da matéria-prima. "Quando falamos de insumos, não existe insumo caro, pois herbicida, fertilizante e calcário não são custos, conceitualmente são investimentos. A recomendação é analisar a relação de benefício e custo, a relação ROI de todos os insumos (retorno sobre o investimento)".

Entrando na ótica dos herbicidas, o patamar de investimento médio nas usinas que desembolsam menos é entre R$ 200 e R$ 250, e R$ 450 naquelas que investem mais. Vale mencionar que quanto maior o investimento em herbicida na cana-soca, maior será a produtividade.

Os insumos também são destaque no custo-caixa (o que realmente o produtor está desembolsando). "O insumo que precisa ter preços travados devido a sua importância são os fertilizantes. Cerca de 40% do custo-caixa do produtor com insumos são para fertilizantes, seguido pelo herbicida e muda. Por isso, é preciso estar atento em como garantir a melhor eficiência do produto, reduzir as perdas é fundamental", indica.

No caso do investimento em CTT (corte, transbordo e transporte), o valor médio é de R$ 30 por tonelada de cana. "Também há uma amplitude de valores, com o mínimo de R$ 25 e o máximo de R$ 40/t colhida. O mesmo acontece quando olhamos para o item transporte, o que mostra uma gama de oportunidades para aqueles que ainda não estão num nível de eficiência interessante", analisa Rosa.

A parceria agrícola é um ponto agressivo em algumas regiões, variando de R$ 11/ha e R$ 20/ha. De acordo com o professor e gestor, a concentração de usinas e, consequentemente, a demanda localizada por matéria-prima e terra, é o principal fator de pressão dos contratos de arrendamento. Com variação de R$ 670 a R$ 2.200/ha, a realidade dos custos de produção é completamente distinta, exigindo diferentes patamares de eficiência produtiva para viabilizar a produção.

Na questão dos custos administrativos, o investimento médio é de R$ 300,00/ha. À medida que aumenta a área de produção, há uma tendência de redução de custos. "Já em depreciação e capital, que são muitas vezes custos invisíveis para quem produz cana, a desvalorização de máquinas e benfeitorias tem média de R$ 240,00/ha. Os custos com capital já são mais elevados, com média de R$ 695,00/ha", elenca Rosa.

Ao juntar todos os valores de referência para o cálculo de custo de produção de cana, Rosa chegou ao valor médio de R$ 110,00/t. As empresas com melhor eficiência nos custos de produção apresentam números entre R$ 90,00 a R$ 100,00/t, ao passo que as menos eficientes giram em torno de R$ 118,00/t.

Com as diferentes modalidades de contrato de fornecimento de cana, Rosa mostrou algumas simulações para apontar a viabilidade econômica do produtor, e apenas as modalidades de ATR fixo com contratos a partir de 110 kg/t e Consecana com prêmios a partir de 20% remuneram economicamente a atividade de produção de cana.

"As relevâncias dos estágios de produção na composição do custo agrícola são diferentes para cada tipo de contrato. No caso da modalidade de ATR fixo, como não há incidência do custo de colheita, os fatores de arrendamento, tratos com soca e formação do canavial ganham representatividade", finaliza Rosa.

 

Fonte: Revista Canavieiros – 13/08

 

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