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Pesquisa constata que mulheres que atuam no agronegócio estão vencendo estereótipos e preconceitos

18 de Outubro de 2017

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As mulheres que atuam nos diferentes elos da cadeia do agronegócio já romperam com os estereótipos e preconceitos. São gestoras competentes, trabalhadoras motivadas e bastante conciliadoras, pois transitam entre o campo e a cidade com a mesma facilidade que harmonizam carreira e família.

Foram essas algumas das conclusões da pesquisa “Todas as Mulheres do Agronegócio”, encomendada pela ABAG – Associação Brasileira do Agronegócio, elaborada pela empresa de pesquisa IPESO e divulgada nesta terça-feira (17), durante o 2º Congresso Nacional da Mulheres do Agronegócio – Liderança Globalizada, Empreendedora e Integrada, realizado em São Paulo.

O levantamento, que teve o patrocínio da Bayer, DuPont, Adama, Matsuda e Yara, revelou também que muitas exercem uma segunda atividade, demonstrando o quanto são empreendedoras.

Ao mesmo tempo, as entrevistadas disseram que buscam uma renda extra fora da propriedade para não abrirem mão da paixão pelo campo. O estudo constatou também que as mulheres do agronegócio são resilientes e não se contentam com a posição já conquistada e querem ir mais longe.

A maioria das 862 entrevistadas disse estar preparada para as posições de liderança – já conquistada por muitas – e que se interessa também por aprimorar conhecimentos sobre gestão empresarial, gestão de pessoas e finanças.

A pesquisa revela um retrato atual e caracteriza um momento histórico do agronegócio brasileiro: a plena inserção feminina nas atividades executadas antes, dentro e depois da porteira, com o protagonismo tão sonhado pelas mulheres do campo há décadas.

E, a julgar pelas características encontradas nesta pesquisa, em pouco tempo este estudo estará obsoleto, pelo dinamismo das mulheres do agronegócio e pela força de trabalho que já representam.

PRINCIPAIS RESULTADOS

Entre os dados revelados no levantamento, destaca-se que 49,5% das entrevistadas atuam em propriedades classificadas como minifúndio, 26,1% em pequenas propriedades, 13,5% em médias e 10,9% em grandes fazendas. Por tipo de atividade, 73,1% trabalham dentro das fazendas, 13,9% nos elos da cadeia produtiva após a fazenda e 13% “antes da porteira”.

Em relação ao tipo de atuação, 73% das mulheres trabalham nas atividades dentro da propriedade rural, 3,7% atuam em cooperativas, 3,4% operam na área de insumos, 3% são fornecedoras de produtos ou serviços para a cadeia do agro, 2,8% são do comércio, 2,3% estão em segmentos ligados a governos, e 2,1% trabalham em atividades nos vários segmentos da agroindústria.

Quanto à posição ocupada no negócio, a maioria, 59,2% das entrevistadas, é proprietária ou sócia; 30,5% são funcionárias ou colaboradoras; e 10,4% são gestoras, diretoras, gerentes, coordenadoras ou atuam em funções administrativas.

 

Apesar de o levantamento ainda detectar algum preconceito em relação a atuação das mulheres no campo – 44,2% delas sentiram preconceito sutil, enquanto 30% acusam preconceito evidente –, um grupo grande (61,1%) disse não enfrentar nenhum problema de liderança por ser mulher.

Um percentual menor (9,4%) destacou que não foi levada a sério, enquanto 8% afirmaram que sentiram desconfiança de outras pessoas com relação a sua habilidade no cargo; 11,7% perceberam dúvida do seu conhecimento; e 8,8% notaram desconfiança em relação a sua capacidade de negociar.

OPÇÃO PELO CAMPO

Na questão sobre as razões de escolher trabalhar na agropecuária, a pesquisa revelou que 36,2% das mulheres disseram ter optado pelo agronegócio por gostar da vida no campo, 34% afirmaram que já possuíam integrantes da família atuando na área, 15,6% já eram proprietárias ou sócias de propriedade rural, e 10,7% foram para o campo por ver na atividade uma oportunidade de trabalho.

Em relação a divisão das tarefas domésticas, a pesquisa constatou que 42,7% disseram que elas são divididas com os demais integrantes da família, enquanto 20,9% responderam que os familiares ajudam um pouco. Apesar de a maioria (64,1% das entrevistadas) não desejar ter filhos, 73,1% das que possuem filhos afirmaram que gostariam que os filhos continuassem com as atividades no agronegócio.

Sobre as perspectivas e o comportamento das mulheres do campo, o levantamento constatou que elas são conectadas com a maioria das modernas ferramentas de comunicação. Entre os principais instrumentos de comunicação, 92,9% utilizam o Facebook, 95,1% o WhatsApp, 68,8% o YouTube, 54,8% o Instagram e 65,3% o Messenger.

A respeito dos assuntos sobre os quais as mulheres do campo mais gostariam de aprofundar seus conhecimentos, destacam-se temas relacionados com a formação profissional e ao trabalho: gestão de pessoas (56,8%); gestão empresarial (54,5%); Finanças (33%); e 27,3% negociação. Elas afirmaram se interessar também por: gastronomia (25,8%); tecnologia (20,1%); bolsa de valores (21,5%); e viagens (21,6%).

Por fim, sobre as principais preocupações da mulher do campo, os temas mais relacionados foram: estabilidade financeira (56,2%); sua saúde (53,6%); família (46,7%); equilíbrio entre vida familiar, profissional e social (38,4%); o futuro dos filhos (32,8%), e sua realização profissional (30,7%). Já sobre ambientes ou atividades que lhe dão maior satisfação, as respostas predominantes foram: família (73,2%); viagens (57,9%); trabalho (45,2%); e filhos (40,8%).

(Fonte: Cultivar - 17/10/17)

 

 

 

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