Notícias

Petrobras aumenta preço da gasolina em 10% nesta terça

09 de Junho de 2020

Notícias

A Petrobras anunciou um aumento de 10% no preço médio da gasolina, válido a partir desta terça-feira (9), nas refinarias. Este é o quinto reajuste seguido da companhia, para o derivado, em um mês. Desde o início de maio, a estatal já elevou o preço do combustível em 59,4%, embora os preços ainda se mantenham em baixa no acumulado do ano. Nas bombas, essa alta recente começou a chegar para o consumidor final nas últimas duas semanas, mas de forma menos intensa.

O mês de maio marcou uma reversão no comportamento dos preços dos combustíveis praticados pela estatal, que vinham em queda acentuada, sobretudo desde março, quando houve o choque de preços do petróleo no mercado internacional. A Petrobras aumentou em quase 60% a gasolina e em 15,5% o diesel desde o início de maio, acompanhando a tendência do mercado internacional. A cotação do barril do tipo Brent, que encerrou abril a US$ 25, recuperou parte das perdas recentes e fechou a US$ 40,8 nesta segunda-feira (8), mesmo com a queda diária de 3,5%.

Nos postos, os aumentos recentes da Petrobras não têm sido repassados integralmente. De acordo com levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço da gasolina subiu 1,5% nos postos, na semana passada (31/5 a 6/6). Foi a segunda semana seguida de alta, depois de quase quatro meses em queda nos postos. Já o preço do litro do diesel S10, com menor teor de enxofre, subiu 1,1%, para o consumidor final, na semana passada. Foi a primeira vez que o combustível ficou mais caro, depois de 18 semanas consecutivas de baixa.

Apesar de uma tendência de alta nas últimas semanas, o preço da gasolina, na bomba, acumula uma queda de 2,4% desde o início de maio e de 14,5% no ano. No caso do diesel, a redução é de 6,1% desde maio e de 18,4% em 2020.

Nas refinarias, a Petrobras acumula um corte de 23,9% nos preços do litro da gasolina e de 21,1% no diesel em 2020, mesmo com a alta recente.

O aumento dos preços ocorre num momento em que o mercado volta a se recuperar, depois de um tombo na demanda em abril, frente às medidas de isolamento social tomadas em meio à pandemia da covid-19. Na semana passada, a diretora de refino e gás natural da Petrobras, Anelise Lara, disse que as vendas de diesel já retomaram os níveis pré-crise e que o consumo de gasolina também se recupera, mas ainda com volumes “um pouco abaixo” do período anterior à pandemia. A executiva destacou que espera, para junho e julho, novos “aumentos moderados” na demanda pelos derivados. Em abril, segundo a ANP, o consumo nacional de combustíveis caiu 23%, ante igual período de 2019.

Ante a retração da demanda, a ANP anunciou nesta segunda a flexibilização de algumas obrigações exigidas das distribuidoras, relativas à compra de etanol anidro (que é misturado à gasolina).

As regras da agência obrigam as distribuidoras que optam pela compra antecipada de etanol anidro a apresentarem, até abril, os contratos relativos a 70% do volume que será usado na safra e, até junho, os contratos relativos a 90% do volume. O objetivo da regulação é dar previsibilidade de demanda aos usineiros. Esses percentuais, no entanto, são calculados com base no volume que a distribuidora comprou na safra anterior. Como houve uma forte contração no consumo nos últimos meses, as distribuidoras temiam ter que contratar volumes maiores do que de fato vão usar ao longo do ano.

A ANP, então, decidiu prorrogar para 1º de julho a data limite para envio dos contratos para homologação que deveriam ter sido entregues em abril, no pico da queda da demanda por combustíveis no país; e resolveu aplicar um fator de redução de 16% sobre os volumes exigidos nos contratos, de forma a refletir a queda da demanda. Vale lembrar que distribuidoras como a BR Distribuidora e a Raízen já haviam declarado, ainda em março, “força maior” em contratos de compra de etanol junto às usinas sucroalcooleiras.

 

Fonte: Valor Econômico - 08/06 

 

Veja também