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Petrobras reduz em 31% perdas com furto de combustíveis

09 de Junho de 2020

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A Petrobras conseguiu reduzir em 31% as perdas de óleo bruto e derivados por furtos nos dutos da companhia em 2019, após lançar o Programa Integrado de Proteção de Dutos (Pró-Dutos), em junho de 2019. A estatal informou ainda que vem mantendo a tendência de redução dos volumes perdidos ao longo de 2020. No primeiro semestre, houve uma redução de mais de 30% na média mensal de perdas em relação a 2019.

Ao todo, 7,4 milhões de litros deixaram de ser perdidos em razão dos crimes, no ano passado. O número de ocorrências de furtos tem se mantido elevado nos dutos da Transpetro, subsidiária da Petrobras que opera a infraestrutura, embora tenha havido uma queda de 22% entre 2018 e 2019 nos casos, de 261 para 203. Em 2020, o número acumulado até maio é de 101 ocorrências. O objetivo da estatal é reduzir em 75% a incidência desse crime até o fim de 2021 e eliminar as derivações clandestinas “num futuro breve”, por meio de ações integradas com Estados e governo federal.

A petroleira destacou que, para reduzir os casos, instalou mais de uma centena de sistemas de monitoramento ao longo da malha de dutos para aperfeiçoar a percepção e localização de furtos. Além disso, em abril, a companhia iniciou a operação de uma nova rota de transporte por dutos de gás liquefeito de petróleo (GLP), produto altamente inflamável que deixou de ser transportado por áreas densamente povoadas na Região Metropolitana de São Paulo para percorrer o trajeto pela periferia do núcleo urbano.

A realidade brasileira ainda está distante daquela vivenciada em países onde o furto de combustíveis é mais crítico, como Nigéria e México, mas preocupa pela escalada das ocorrências nos últimos anos, sobretudo desde 2017, e pelos riscos associados ao crime.

A técnica utilizada pelos criminosos, para o furto é o da trepanação - instalação de uma derivação clandestina na tubulação perfurada sem que haja a necessidade de fechar o abastecimento do produto e que envolve um alto risco de vazamento de produtos altamente inflamáveis. Em maio de 2019, por exemplo, morreu, em Duque de Caxias (RJ), Ana Cristina Pacheco Luciano, menina de nove anos de idade que teve 80% do corpo queimado ao cair em uma poça de gasolina depois de um vazamento oriundo de uma tentativa de roubo de combustível. Investigadores têm se dedicado a apurar até que ponto grupos milicianos da Baixada Fluminense estão envolvidos no furto em oleodutos na região.

 

Fonte: Valor Econômico - 09/06 



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