06 de Dezembro de 2018
Notícias
O plano de negócios e gestão 2019-2023 divulgado ontem pela Petrobras marcou o retorno da estratégia para petroquímica, segmento do qual a empresa havia decidido sair no plano 2017-2021, e o aumento de 35,1% de aportes destinados para a área de gás e energia, em relação ao plano anterior (2018-2022). No total, a petroleira prevê investir US$ 84,1 bilhões no período, valor 12,8% maior que o estimado no plano anterior.
O carro-chefe dos investimentos continuará sendo a exploração e produção (E&P), com recursos previstos de US$ 68,8 bilhões. Mas os desembolsos estimados em petroquímica (US$ 300 milhões) e gás e energia (US$ 5 bilhões) indicam uma nova fase, olhando para o futuro, após dois anos de estratégia agressiva de redução de custos e de endividamento e venda de ativos.
No caso da petroquímica, a Petrobras olha para o setor como uma atividade integrada ao refino. "Hoje as empresas de petróleo, assim como a Petrobras, têm que olhar a petroquímica como sendo uma possível utilização quando a curva de demanda de óleo tende a ter uma reversão. O ativo petroquímico faz mais sentido quando ele entra em integração com sua capacidade de refino", disse o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Petrobras, Rafael Grisolia, em teleconferência com analistas sobre o plano. Os investimentos previstos em petroquímica serão destinados a projetos integrados aos ativos de refino da estatal.
Com relação à Braskem (petroquímica onde a estatal é sócia da Odebrecht), Grisolia disse que aguarda definição do processo entre a LyondellBasell e seu sócio para avaliar se acompanha a venda.
Em gás e energia, o foco será otimizar a posição da empresa no segmento de gás natural. "Somos uma empresa que tem uma relação em torno de 80% óleo e 20% gás. E participar do mercado global de GNL [gás natural liquefeito] é importantíssimo, para conectar o nosso mercado doméstico, que sempre será o mercado mais importante para a Petrobras, com o mercado global, permitindo a captura de custos de oportunidade e eventualmente arbitragens que possam ser possíveis ao longo do caminho", disse o diretor de Estratégia, Organização e Sistema de Gestão da empresa, Nelson Silva.
Questionado por analista se o próximo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, teve ingerência no plano, Silva não respondeu diretamente mas disse que o plano é da empresa, e não de "uma ou duas pessoas". Segundo ele, mais de cem pessoas participaram da elaboração do documento, ao longo de oito meses de trabalho.
A estatal voltou a ser alvo ontem de operação da Polícia Federal.
Valor Econômico - 06/12/2018
Veja também
24 de Abril de 2024
Evento do MBCB destaca potencial da descarbonização da matriz energética brasileiraNotícias
24 de Abril de 2024
WD Agroindustrial promove intercâmbio cultural em aldeia indígena para celebrar o dia dos povos origináriosNotícias
24 de Abril de 2024
Raízen encerra safra 2023/24 com moagem recorde de 84,2 milhões de toneladasNotícias