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Petróleo avança com fala de Trump e notícia de compras pela China

02 de Abril de 2020

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Os futuros do petróleo operam em forte alta nesta quinta-feira, depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, expressou otimismo de que uma guerra de preços prejudicial entre a Arábia Saudita e a Rússia pode ser resolvida. Além disso, reportagem dando conta de que a China está recompondo seus estoques anima os investidores.

O contrato para maio do WTI subia cerca de US$ 2, ou 10,24%, para US$ 22,39 por barril, depois de cair 0,8%, de US$ 20,31 na quarta-feira. O contrato para junho do Brent ganhava mais de US$ 2, ou 10,87%, para US$ 27,43 por barril, um dia após despencar 6,1%, para US$ 24,74 por barril.

O primeiro trimestre foi terrível para os mercados financeiros, com o petróleo sendo punido especialmente por uma guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita, que está inundando o mercado de energia justamente no momento em que há destruição de oferta e demanda devido à paralisação econômica global na esteira da pandemia de coronavírus.

O benchmark dos EUA perdeu 66,5% no primeiro trimestre, a maior queda percentual trimestral baseada em registros desde março de 1983. O benchmark global Brent caiu 65,6% no trimestre – o maior declínio trimestral com base em registros datados de junho de 1988.

Mas hoje há esperança em pelo menos uma frente das questões duplas que o setor de energia enfrenta. “Confio que ambos os países serão capazes de resolver isso”, disse Trump na quarta-feira, em uma coletiva na Casa Branca, referindo-se à Rússia e à Arábia Saudita.

Trump disse que também se reuniria com os executivos da indústria de petróleo, o que, segundo o “The Wall Street Journal”, acontecerá na sexta-feira. “Não queremos perder nossas grandes companhias de petróleo”, disse ele.

“O reconhecimento do presidente Trump dos problemas no petróleo é crítico, e ele também revelou que havia conversado com os rivais Vladimir Putin e Mohammed bin Salman sobre o assunto. No entanto, até o momento, não há movimento óbvio ou reconciliação entre os produtores”, disse Stephen Innes, estrategista-chefe de mercados globais da AxiCorp.

“Mas a ameaça de intervenção ou algum tipo de acordo coordenado de conformidade global colocou um freio nos preços, em oposição ao que muitos traders esperavam nesta semana, que era alta dos preços”, disse Innes em nota aos clientes.

A Bloomberg News informou separadamente que a China está aproveitando os preços baixos para recompor suas reservas. A agência de notícias disse que o país asiático pode comprar mais 100 milhões de barris ao longo do ano.

A Energy Information Administration informou na quarta-feira que o fornecimento de petróleo dos EUA subiu 13,8 milhões de barris na semana encerrada em 27 de março, marcando um décimo aumento consecutivo semanal. Analistas consultados pela S&P Global Platts esperavam que os dados mostrassem um aumento de 4,6 milhões de barris.

 

Fonte: Valor Econômico - 02/04 

 

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