Petróleo avança e praticamente zera queda forte da semana anterior

Os preços do petróleo encerraram a segunda-feira (5) com os maiores ganhos diários desde maio e praticamente reverteram as perdas acumuladas na semana anterior.

As expectativas dos investidores por estímulos fiscais nos Estados Unidos, além de uma greve de funcionários na Noruega, que pode reduzir a produção do país em até 330 mil barris por dia, deram impulso aos preços da commodity hoje.

Os contratos futuros do West Texas Intermediate (WTI) para o mês de novembro terminaram o dia em alta de 5,85%, aos US$ 39,22 o barril na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). Os preços do Brent para dezembro subiram 5,14%, a US$ 41,29 o barril na ICE, em Londres.

Os ganhos diários do petróleo foram os maiores para o WTI desde o dia 12 de maio e de 5 de junho para o Brent. Na semana anterior, as referências acumularam perdas de 7,95% e 6,32%, respectivamente.

A alta de hoje está "ligada a uma força de mercado mais ampla", com os preços subindo após registrar perdas na segunda metade da semana passada e os índices de ações dos EUA fortalecendo após a queda da última sexta-feira (2), disse Robbie Fraser, analista sênior de commodities da Schneider Electric.

“O movimento de vaivém está, pelo menos parcialmente, conectado à saúde do presidente Trump; a incerteza criada por seu diagnóstico de covid-19 desencadeou perdas na sexta-feira, enquanto especulações de que ele poderia receber alta trouxeram apoio às negociações desta segunda-feira", disse Fraser, em nota.

Trump permanece hospitalizado no Walter Reed Medical Center após ser diagnosticado com covid-19 na semana passada. Médicos e funcionários da Casa Branca ofereceram relatos conflitantes sobre a condição do presidente no fim de semana. No início da tarde desta segunda, no entanto, Trump afirmou que deixaria o hospital na noite de hoje.

Greve

Enquanto isso, a gigante norueguesa de petróleo e gás Equinor anunciou, hoje, que quatro campos no Mar do Norte foram fechados devido a uma greve de funcionários. Isso eleva o número total de campos afetados pela greve para seis, que, de acordo com a Associação Norueguesa de Petróleo e Gás, pode causar até 330 mil barris de óleo perdidos por dia, o que equivale a cerca de 8% da produção de petróleo e gás da Noruega , segundo o Commerzbank.

No entanto, Carsten Fritsch, analista de commodities do Commerzbank, disse que a greve na Noruega por si só não justificaria uma recuperação sustentada dos preços.

“Durante a última greve em junho de 2019, a produção de petróleo norueguesa caiu em uma média mensal de cerca de 200 mil barris por dia, mas se recuperou rapidamente depois disso”, escreveu Fritsch. “No ambiente atual, cada barril de petróleo bruto a menos produzido pela Noruega poderia ser bem-vindo, mesmo que seja apenas temporário.”

Fonte:  Valor Econômico – 05/10