11 de Janeiro de 2018
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O petróleo Brent atingiu nesta quarta (10) sua mais alta cotação em quase três anos, com a entrada em vigor de cortes de produção decretados pela Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), a queda nos estoques mundiais e a alta nas tensões geopolíticas, que, juntas, mais que compensaram as preocupações quanto à alta na produção de petróleo de xisto betuminoso nos EUA.
O Brent chegou a ser cotado US$ 69,37 por barril, mais alta cotação desde 2015, e ficou perto de preços vistos pela última vez em 2014, antes do colapso dos preços da commodity.
"Estamos em um ambiente no qual os produtores da Opep e a Rússia reduziram sua oferta e os estoques caíram. Ao mesmo tempo, as questões geopolíticas preocupam", disse Olivier Jakob, da consultoria Petromatrix.
Ele apontou para a possibilidade de que os EUA voltem a impor sanções ao Irã, depois de suspenderem sua aplicação desde a assinatura do acordo nuclear.
Analistas, como Carsten Fritsch, do Commerzbank, disseram que as altas recentes de preços não se alinham aos fundamentos do mercado e acarretam o risco de "supercompensação". Mas outros disseram que a queda do dólar e os números fortes do crescimento mundial, que podem gerar demanda superior à esperada, também ajudaram na alta de preços.
Dados do governo americano sobre os estoques de petróleo, publicados nesta quarta-feira, mostram queda superior à esperada, de 4,9 milhões de barris de petróleo cru, nos estoques da semana encerrada em 5 de janeiro, que ficaram em 419,5 milhões de barris. Dados do Instituto Americano do Petróleo publicados esta semana apontam para redução de estoque ainda maior, da ordem de 11 milhões de barris.
O petróleo WTI, referência nos Estados Unidos, foi cotado a US$ 63,31 por barril.
Alguns países da Opep cujas economias sofreram nos últimos anos receberam positivamente a alta nos preços, que se acelerou desde que o cartel e seus aliados prorrogaram até o final de 2018 seu acordo de corte de produção. O Brent subiu em quase 10% do final de novembro para cá.
Mas continua a existir preocupação sobre o nível de produção de petróleo de xisto betuminoso pelos EUA. Isso solaparia os esforços dos produtores mundiais para restringir a produção e reduzir os estoques internacionais.
Bijan Zanganeh, ministro do Petróleo iraniano, disse que alguns membros da Opep não desejavam alta de preço, especialmente para mais de US$ 60 por barril, porque isso ajudaria o setor de petróleo de xisto betuminoso.
Fonte: Folha da São Paulo – 11/01/2018
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