12 de Agosto de 2020
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A pressão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que o Brasil baixe para zero as tarifas de importação do etanol americano tem como pano de fundo a campanha pela sua reeleição.
De um lado, o lobby das empresas petrolíferas foi muito forte e não permitiu que se aumentasse a adição do etanol de 10% para 11% na gasolina nos Estados Unidos. Agora, o lobby dos produtores do etanol, com bilhões de litros excedentes, quer que Trump consiga convencer o Brasil a não taxar o combustível norte-americano. O presidente dos EUA tem recebido apelos principalmente dos fabricantes do etanol do milho de Illinois, no Meio-Oeste americano.
A pressão vem aumentando porque no dia 31 vence o prazo da isenção dada pelo governo brasileiro para as importações de até 750 milhões de litros por ano. A partir do dia 1º de setembro, entraria em vigor a taxação de 20%, conforme previsto na Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul.
Produtores de etanol brasileiro se sentem traídos porque, de 2010 até 2016, o Brasil isentou todas as importações de etanol. Por conta dos grandes volumes de etanol importado, a partir de 2017, o Brasil deixou de cobrar tarifas para até 600 milhões de litros, e em seguida, elevou essa cota para 750 milhões no ano passado, para um período que termina este mês.
Os produtores brasileiros esperavam que, em contrapartida, os norte-americanos reduzissem as taxas da exportação do açúcar brasileiro, o que não aconteceu. O Brasil vende cerca de 300 mil toneladas por ano de açúcar para os Estados Unidos, das quais apenas 150 mil são isentas.
Os Estados Unidos poderiam resolver o problema dos elevados estoques de etanol, atualmente em torno de 5 bilhões de litros, caso aumentassem o nível de adição do combustível na gasolina dos atuais 10% para 11%. Mas em tempos de eleição, além dos produtores de etanol, Trump também precisa não contrariar a indústria petroleira.
Fonte: O Globo via Nova Cana – 12/08
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