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Preço do petróleo não voltará a US$ 60 o barril, diz Castello Branco

06 de Maio de 2020

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O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse nesta terça-feira que espera que a recuperação econômica global ocorra lentamente após a pandemia do novo coronavírus. Diante disso, ele não acredita que os preços do petróleo voltarão ao patamar de US$ 60 ou de US$ 70 o barril.

“O mecanismo de ajuste [da indústria à crise] deve ser lento, depende da recuperação da economia global, que deve ser lenta. Haverá cortes na produção de produtores com custos mais altos. No shale [gás não convencional] americano, são muitas empresas pequenas e que estão alavancadas e serão obrigadas a sair fora do mercado”, disse Castello Branco.

“Haverá um equilíbrio, mas acreditamos que o preço não voltará aos níveis de US$ 60 a US$ 70 o barril, como vimos no ano passado”, afirmou o executivo durante evento on-line.

O executivo destacou que, em meio à queda dos preços do petróleo, no mercado internacional, a empresa já reduziu os preços da gasolina, nas refinarias, em 52% neste ano. No caso do diesel, a queda é de 48%. “Mostramos que a regra [da paridade internacional dos preços] vale para baixo também”, disse.

Segundo ele, porém, a companhia não terá “nenhuma resistência” em aumentar os preços dos combustíveis, se necessário, nas próximas semanas. “Estamos prontos [para reajustar]. Se acharmos necessário, vamos fazer. Não temos nenhuma dificuldade de subir preços”, afirmou.

Castello Branco reforçou que essa é a “pior crise da indústria de petróleo dos últimos cem anos” e lembrou que, em abril, a estimativa era de queda da demanda de 30 milhões de barris diários.

“Tivemos uma parada súbita na demanda. Então, precisamos reagir rapidamente. A resposta rápida é muito importante para evitar queima de caixa. Tem que conter o mais rápido possível, senão morre ou fica em estado grave”, afirmou.

“Foi o que fizemos. Procuramos encontrar maneiras de vender mais para fazer caixa”, disse sobre o crescimento das exportações da Petrobras, que em abril atingiram o patamar recorde de 1 milhão de barris por dia.

 

Fonte: Valor Econômico – 06/05

 

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