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Prejudicado pela pandemia, setor canavieiro quer ajuda do governo

05 de Maio de 2020

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A Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) aguarda posicionamento do governo federal para minimizar os efeitos negativos sofridos pelo setor em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A informação é do presidente da entidade, Mário Campos, que, em entrevista ao programa Pingo do J, da Rádio JM, adiantou que o pacote de ajuda governamental pode ser anunciado já nos próximos dias.

De acordo com ele, toda produção de etanol foi duramente atingida pela pandemia. As usinas que trabalham exclusivamente com o etanol, para atender à demanda de biocombustíveis, são as que mais sentem os impactos, visto que houve queda acentuada de preço devido às medidas de isolamento social. Segundo ele, a venda do litro de etanol, de R$1,32, sequer cobre os custos de produção.

Além disso, a produção de açúcar, que atende à indústria alimentícia, também sofre retração em face da Covid-19. “Todo setor está sofrendo os impactos da pandemia e precisamos dar destinação à safra de cana-de-açúcar, que já foi plantada. Não podemos parar”, diz. Segundo ele, a Siamig aguarda um pacote de ajuda governamental que inclui três demandas principais para atender ao setor. A primeira é a redução temporária do PIS/Cofins sobre o etanol. “Hoje o consumidor paga R$0,24 de PIS/Cofins na bomba”, diz.

Já a segunda demanda visa ao aumento da alíquota da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que regula o preço da gasolina, que hoje é de R$0,10. A proposta é que seja majorada para R$0,30 na bomba, para aumentar a competitividade com o etanol.

"Toda cadeia de produção de combustível está afetada devido ao choque negativo do petróleo no mercado internacional. O preço da gasolina caiu nas bombas. Queremos que haja competitividade maior com o etanol”, diz. Como tal medida é de longo prazo, o setor também propõe a redução do imposto sobre a importação da gasolina, que é de 15%, atualmente.

Outra demanda está relacionada à abertura de linhas de crédito, através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), da ordem de R$9 bilhões, a partir da emissão de títulos de garantia, para financiamento de estocagem. “Estas são as medidas para reduzir o problema de caixa das usinas”, informa.

O dirigente explica que a proposta se encontra no Ministério da Economia, sendo apresentada pela ministra Tereza Cristina, titular do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que está sensível à situação do setor sucroalcooleiro. “Estamos otimistas para que estas propostas sejam implementadas para solucionar o problema de caixa das empresas”, afirma.

 

Fonte: JM Online – 05/05

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