13 de Junho de 2017
Notícias
As comidas têm diversos significados em função dos rituais sociais em que estão inseridas e desempenham papéis simbólicos e gastronômicos. Os doces, mais especificamente, trazem correlações afetivas, sensoriais e pessoais relacionadas às mais diversas tradições e costumes. Por isso, é comumente agregado à celebração e festa, fazendo com que sejam considerados, muitas vezes, um presente.
São diversos os conceitos culturais que trazem um ideal do “que é doce” para ser oferecido como um voto de agradecimento, de homenagem e/ou de celebração. Segundo o antropólogo Raul Lody, “na Idade Média (Europa), os doces eram oferecidos para reis e a nobreza devido a sua raridade e o seu alto valor comercial. Na época, o açúcar era tão especial quanto uma joia de ouro ou uma pedra preciosa.
Além desses aspectos materiais, o doce feito da cana sacarina mostra um sentido de nobreza pela sofisticação das suas receitas, estética, maneira como é servido ou ofertado, e pelo seu significado para cada tradição cultural”.
Alimentos com açúcar também recuperam memórias afetivas, ilustram e traduzem emoções, marcando ritos de passagem como batizados, aniversários, casamentos, festas sazonais, entre outros. “As pessoas tendem a se presentear com doces porque são gostosos, dão prazer (pela liberação de serotonina) e a maioria gosta. Ou seja, a chance de errar é menor”, afirma a nutricionista Marcia Daskal, da Recomendo Assessoria em Nutrição.
Apesar da associação a momentos felizes e prazerosos, é sempre importante lembrar que o consumo de açúcar deve ser feito com moderação. “É recomendado que ao preparar os alimentos no dia a dia, o açúcar seja usado quando necessário. Antes de adoçar, experimente. Ler os ingredientes nos rótulos também ajuda a identificar se estamos consumindo açúcar e outros ingredientes sem perceber”, conta Marcia.
Os melhores doces para presentear
Apesar da preferência por determinados tipos de doces ser pessoal, os especialistas Raul Lody e Marcia Daskal dão algumas sugestões e dicas que podem compor um presente especial para servir de inspiração.
1 - “Bem-Casado”: deve ser muito bem feito e a textura, o recheio e a embalagem devem ser delicados para identificar que esse doce tem o sentido de uma joia;
2 - Arroz doce, com uma textura de um quase creme, temperado com cravo e canela – fica ainda mais bonito se servido numa linda louça de vidro;
3 - Doce de jaca em calda, que deve ser muito doce e com calda grossa;
4 - Estrudel de frutas vermelhas, servido morno, e complementado com um generoso creme chantili;
5 - Bolo de pão, que traz uma receita caseira da intimidade familiar. É feito a partir do aproveitamento de pães com adição do leite e das frutas que tiver em casa.
“Cada exemplo é especial, particular e tem um significado que traduz sentimentos que se agregam aos ingredientes. Além disso, as receitas são histórias que foram simbolizadas nessas referências de sabores e de estética”, finaliza Raul.
Dicas da Marcia Daskal para acertar na escolha!
1 - O melhor doce é o que a pessoa a ser presenteada gosta mais: assim, se ela gosta de quindim, você vai acertar mais dando um quindim do que um bolo;
2 - Aqueles que tem algum significado: se você foi em algum local específico, pode trazer doces típicos da região. Na época do natal, se dá panetone, ou Bolo de Reis. Na páscoa, o costume é presentear com chocolates;
3 - Doces feitos em casa demonstram um carinho adicional;
4 - Aquele que é a sua especialidade – se você faz um pudim magnífico, pode ter certeza que é esse o doce que a pessoa vai adorar ganhar;
5 - Receitas de família sempre fazem sucesso, mas nada impede que você adapte a receita para seu gosto pessoal para ingredientes locais ou mais “modernos”. Outra alternativa é apostar na sua imaginação.
Como presentear é um gesto emocional, os critérios, nesse caso, não são nutricionais.
Marcia ainda dá uma última dica, não menos importante: “coloque o doce em uma embalagem criativa, que valoriza o presente e indica o amor e carinho envolvidos. Forminhas alegres, marmitinhas descartáveis com barbantes coloridos, potes de vidro reciclados com tags feitas por quem vai presentear, bilhetes e carimbos ou um simples retalho de tecido podem dar uma cara toda especial ao presente, mesmo que você tenha comprado e não feito. Lembre-se que presente é um mimo. A qualidade é mais importante que a quantidade!”, finaliza.
(Fonte: Campanha Doce Equilíbrio – 25/05/17)
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