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Produção da Opep sobe a nível recorde em novembro

13 de Dezembro de 2016

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) produziu em nível recorde em novembro, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o que representa uma dificuldade para os planos do cartel de cortar a produção da commodity para impulsionar seus preços. A AIE também disse que os mercados de petróleo devem ficar mais equilibrados no primeiro semestre do próximo ano, caso a Opep e seus aliados atuem como combinado para reduzir a oferta.

A Opep fechou em 30 de novembro um acordo para cortar a produção em 1,2 milhão de barris por dia a partir de janeiro. Dias depois houve outro acordo com produtores de fora do grupo, como a Rússia, para reduzir a oferta dessas nações em 558 mil barris por dia, em um momento no qual muitos países produzem em suas capacidades máximas.

A AIE disse em seu relatório mensal que a Opep produziu em novembro 34,2 milhões de barris por dia, em patamar recorde, 300 mil barris por dia a mais que em outubro. A AIE presta assessoria às grandes nações industrializadas em suas políticas energéticas.

O avanço da produção da Opep foi impulsionado em parte pela Arábia Saudita, que produziu ao nível recorde de 10,63 milhões de barris por dia em novembro, alta de 70 mil barris por dia ante o mês anterior.

A Organização agora terá de cortar 1,7 milhão de barris por dia para atingir sua meta de 32,5 milhões de barris diários, mais que o 1,2 milhão inicialmente estimado. Os sauditas terão de reduzir sua produção em 572 mil bpd, em vez de 486 mil.

Entre outros países que geraram mais petróleo, Angola elevou a produção em 160 mil bpd, para 1,67 milhão de barris por dia, após a volta ao funcionamento de um campo de petróleo fechado. A Líbia gerou 70 mil bpd a mais, chegando a 580 mil, após portos bloqueados serem reabertos.

Como resultado, os estoques globais de petróleo aumentaram para patamar recorde em novembro, em 98,2 milhões de barris por dia. O recuo na produção de fora da Opep foi mais que compensado pelo avanço da produção do grupo, de acordo com a AIE.

Apesar dos compromissos dos países de fora da Opep para cortar a produção em 558 mil bpd, a AIE cortou sua estimativa para crescimento da oferta dos produtores de fora do cartel em apenas 255 mil bpd no próximo ano. A revisão para o crescimento de 220 mil bpd para os países de fora da Opep também ocorre em parte pelo declínio maior que o esperado na produção da China. A produção de petróleo do país, que não participa dos cortes combinados, é agora previsto em 240 mil bpd no próximo ano, após queda de 335 mil bpd na produção chinesa atual.

A AIE disse que, se os países da Opep e de fora do grupo cumprirem suas promessas, os estoques globais poderiam começar a diminuir no primeiro semestre de 2017.

Os estoques comerciais nos países industrializados já caíram em outubro pelo terceiro mês seguido, segundo a Agência. Eles já recuaram 75 milhões de barris desde que atingiram a máxima histórica em julho, mas seguem 300 milhões de barris acima da média dos últimos cinco anos.

O crescimento na demanda global por petróleo ficou acima do esperado e subiu 1,4 milhão de barris por dia em 2016, 120 mil barris por dia acima da previsão anterior da AIE, em grande medida graças à demanda robusta nos EUA e às mudanças metodológicas para a China. A agência também elevou sua projeção para crescimento da demanda global em 110 mil barris por dia em 2017, para 1,3 milhão de barris por dia.


(Fonte: Dow Jones Newswires – 13/12)

 

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