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Produção de cana-de-açúcar deve aumentar 2,5% em Minas

22 de Agosto de 2018

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A produção de cana-de-açúcar, em Minas Gerais, deve crescer 2,5% na safra 2018/19 conforme previsão do segundo Acompanhamento da Safra Brasileira de Cana-de-Açúcar, elaborado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ao todo, está prevista a moagem de 66,6 milhões de toneladas de cana. A tendência é de maior destinação da cana para a produção de etanol, principalmente para o hidratado, que está com preços mais competitivos e demanda elevada no mercado. A produção de açúcar deve ficar menor em função dos estoques mundiais mais altos e os preços menores.

De acordo com dados da Conab, a produção nacional de cana-de-açúcar ficará praticamente estável, com pequena variação positiva de 0,4% e a moagem de 635,51 milhões de toneladas. O incremento de 2% observado em Minas Gerais ficou acima do nacional devido à maior renovação dos canaviais.

“Minas Gerais, ao contrário da maior parte do País, apresentou alta na produção de cana-de-açúcar. Isso tem como principal fator a renovação dos canaviais promovida nos últimos anos”, explicou o superintendente de Informações do Agronegócio da companhia, Cleverton Santana.

Na safra 2018/19, a área produtiva de cana em Minas foi estimada em 851,3 mil hectares, aumento de 3,2% frente aos 824,9 mil hectares registrados no ano safra anterior. Segundo os pesquisadores da Conab, o aumento é resultado dos projetos de renovação e de expansão nas áreas de cultivo no Estado, principalmente nas áreas próprias das unidades de produção.

Em relação à produtividade, é esperada uma queda de 0,7%, com rendimento médio estimado em 78,2 toneladas por hectare. O recuo, que é considerado leve pelos técnicos da Conab, é resultado do menor volume de chuvas registrado no período. Porém, as melhorias no manejo das lavouras mantiveram a produtividade próxima ao resultado alcançado na safra 2017/18.

“O período mais seco, nesse momento, é favorável para a safra, por aumentar a velocidade de colheita e melhorar a qualidade da cana. Sabemos que a falta de chuvas pode afetar o desenvolvimento do canavial para a próxima safra, mas ainda é muito cedo para fazer um prognóstico, porque a cana ainda tem muito tempo para se desenvolver até abril do ano que vem. Se o período de chuvas for regular, a cana poderá se recuperar”, explicou Santana.

 

Etanol – Com demanda aquecida, a safra mineira segue mais voltada para a produção de etanol. O levantamento mostra um aumento de 23,3% no volume de cana-de-açúcar destinado à produção de etanol total. A previsão é esmagar 41 milhões de toneladas de cana para a produção do biocombustível, ante o volume de 33,3 milhões de toneladas utilizadas na safra anterior. Com o aumento da moagem, a produção de etanol total foi estimada em 3,29 bilhões de litros, elevação de 20,9% ou de 569,2 milhões de litros a mais que o registrado na safra 2017/18.

O destaque da safra será a fabricação de etanol hidratado. Para a safra atual, o volume de cana-de-açúcar destinada à produção do biocombustível foi ampliado em 32,2% e deve somar 27,3 milhões de toneladas. Com o aumento, o volume previsto é de 2,21 bilhões de litros de etanol hidratado, aumento expressivo de 29,4%.

Para a produção do etanol anidro serão esmagadas 13,7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, variação positiva de 8,8%. A produção deve alcançar 1 bilhão de litros, 65 milhões a mais ou crescimento de 6,5%.

“O maior crescimento será na produção do etanol hidratado. Isso tem muita relação com o aumento da oferta, que reduz os preços e estimula o consumo, principalmente, com os reajustes constantes nos preços da gasolina”, disse Santana.

 

Açúcar – Com a produção mundial maior, os preços pagos pelo açúcar no mercado internacional caíram nos últimos meses, o que desestimulou a produção mineira. De acordo com os dados da Conab, a destinação de cana para a geração de açúcar recuou 19,4% em Minas Gerais na safra 2018/19. Ao todo serão 25,5 milhões de toneladas de cana voltada para a produção do adoçante, ante 31,6 milhões de toneladas esmagadas na safra anterior.

Com a queda no volume de cana, a produção de açúcar prevista é de 3,34 milhões de toneladas, queda de 21,1% ou 892,4 mil toneladas a menos no atual período produtivo.

“Já havia um prognóstico apontando para a diminuição da produção de açúcar por alguns fatores internacionais. O Brasil exporta cerca de 75% do açúcar que produz. Então, é o maior exportador do mundo. Só que alguns outros países, como a Índia e a Tailândia, estão com uma boa safra e, consequentemente, tem mais açúcar disponível no mercado. Por isso, as usinas voltaram a maior parte da produção para o etanol”, explicou o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana.

Fonte: Diário do Comércio – 22/08/2018

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