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Produção industrial cresce pelo sexto mês consecutivo em Minas

23 de Dezembro de 2020

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Pelo sexto mês consecutivo, a produção industrial em Minas Gerais cresceu em novembro. Também foi observada alta, pelo quinto mês consecutivo, na geração de empregos. De acordo com a Sondagem Industrial, realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o indicador de produção registrou 54,5 pontos em novembro, 3,7 pontos a mais que em novembro de 2019.

A elevação da produção foi em ritmo menor do que em outubro, o que já era esperado, uma vez que o pico das vendas de final de ano na indústria ocorre, usualmente, em outubro. Além disso, o mês teve menos dias úteis, o que interfere também.

De acordo com os dados, o índice de evolução da produção ficou acima dos 50 pontos pelo sexto mês seguido, mostrando crescimento da produção. O indicador registrou 54,5 pontos em novembro, queda de 2,2 pontos frente a outubro (56,7 pontos).

Já na comparação com novembro de 2019, quando o índice estava em 50,8 pontos, a produção avançou 3,7 pontos, sendo o mais alto nível para o mês desde o início da série histórica mensal, em 2010.

“O índice menor quando comparado com outubro já era esperado, uma vez que as encomendas para atender à

demanda de Natal encerram o pico em outubro. Também é importante ressaltar que novembro é um mês menor do que outubro, o que influencia a retração mensal, tendo em vista que os dados não passam por ajuste sazonal”, disse a analista de Estudos Econômicos da Fiemg, Daniela Muniz.

O indicador de evolução do número de empregados apontou aumento do emprego pelo quinto mês consecutivo, registrando 54,2 pontos em novembro. O índice retraiu 1,1 ponto ante outubro (55,3 pontos). Mas, frente a novembro de 2019 (51 pontos), o indicador cresceu 3,2 pontos, sendo o mais elevado para o mês desde o começo da série histórica mensal, em 2011.

“São números bem expressivos, tanto da produção como no número de empregados. Isso mostra que a indústria está se recuperando e existe demanda”.

 Alta também foi verificada no índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual, que atingiu 53,3 pontos em novembro, mantendo-se acima dos 50 pontos pelo terceiro mês consecutivo. O indicador mostrou que a indústria seguiu operando acima do usual para o mês. Em relação a outubro (51,5 pontos), o índice cresceu 1,8 ponto e, frente a novembro de 2019 (47,2 pontos), aumentou 6,1 pontos.

“Estamos com produção bastante aquecida e trabalhando com a capacidade elevada. É um destaque bem interessante”.

Estoques – Ainda segundo Daniela, apesar do aumento da capacidade, as indústrias estão com os estoques menores, o que representa uma demanda superior.

A sondagem mostrou que os estoques de produtos das indústrias recuaram pelo sétimo mês seguido, com indicador de 44,7 pontos em novembro. O índice de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 43,4 pontos, mostrando que os níveis de estoques ficaram abaixo do esperado pelos empresários.

“A indústria está com uma demanda muito elevada, puxada tanto pela maior venda dos bens industriais em detrimento dos serviços como pela substituição de produtos importados pelos nacionais, já que, com o real desvalorizado frente ao dólar, os nacionais estão mais competitivos. A demanda também é favorecida pelo pagamento do auxílio emergencial”.

EMPRESÁRIOS ESTÃO COM BOAS EXPECTATIVAS

As expectativas dos empresários industriais para os próximos seis meses ainda são positivas. Há estimativa de

evolução da demanda, da compra de matéria-prima e do emprego. A intenção de investimentos também é crescente. Porém, as incertezas em relação ao aumento da contaminação pela Covid-19, o receio de novas suspensões das atividades e fim do pagamento do auxílio emergencial ainda pesam nas expectativas dos empresários.

De acordo com a Sondagem Industrial, o indicador de expectativa da demanda chegou a 58,5 pontos em dezembro, retração de 2,4 pontos frente a novembro (60,9 pontos). Porém, ao permanecer acima de 50 pontos, mostrou que os industriais esperam crescimento da demanda nos próximos seis meses. Em relação a dezembro de 2019 (56,8

pontos), o índice avançou 1,7 ponto e foi o maior para o mês desde o início da série histórica mensal, em 2010.

O indicador de compras de matérias-primas registrou queda de 1,2 ponto entre novembro (58,5 pontos) e dezembro (57,3 pontos). O índice ficou, pelo sexto mês seguido, acima de 50 pontos, sinalizando expectativa de crescimento das compras de matérias-primas no curto prazo. Na comparação com dezembro de 2019 (54,2 pontos), o indicador avançou 3,1 pontos, sendo o mais elevado para o mês desde o início da série histórica.

O índice de expectativa do número de empregados aumentou 1,1 ponto entre novembro (54,2 pontos) e dezembro (55,3 pontos) e apontou, pela sexta vez consecutiva, perspectiva de crescimento das contratações nos próximos seis meses. Na comparação com dezembro de 2019 (52,7 pontos), o indicador cresceu 2,6 pontos e foi o maior para o mês de toda a série histórica.

A intenção de investimento marcou 62,7 pontos em dezembro, avançando 2,0 pontos na comparação com novembro (60,7 pontos). Em relação a dezembro de 2019 (61,6 pontos), o indicador cresceu 1,1 ponto, sendo o mais elevado

para o mês desde o início da série histórica, em 2013. O índice de dezembro superou, em 14,4 pontos, sua média histórica (48,3 pontos).

“A situação de incerteza em relação aos rumos da pandemia, o aumento do contágio e como os governos irão agir em cada região deixam os empresários mais cautelosos. Além disso, a estimativa é de suspensão do auxílio, o que vai provocar queda da renda da população e pode interferir na demanda. A taxa de desemprego ainda é elevada. Mas, ainda assim, os dados são muito bons. A indústria teve uma retomada acima das expectativas e alguns fatores como a demanda aquecida e os juros baixos são favoráveis para a produção”, explicou a analista de Estudos Econômicos da Fiemg, Daniela Muniz.

 

Fonte: Diário do Comércio – 23/12

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