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Produção recorde em novembro dificulta planos da Opep de impulsionar preços

14 de Dezembro de 2016

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A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) produziu em nível recorde em novembro, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), o que representa uma dificuldade para os planos do cartel de cortar a produção da commodity para impulsionar seus preços. A AIE também divulgou que os mercados de petróleo devem ficar mais equilibrados no primeiro semestre do próximo ano, caso a Opep e seus aliados atuem como combinado para reduzir a oferta.

A Opep fechou em 30 de novembro um acordo para cortar a produção em 1,2 milhão de barris por dia a partir de janeiro. Dias depois houve outro acordo com produtores de fora do grupo, como a Rússia, para reduzir a oferta dessas nações em 558 mil barris por dia, em um momento no qual muitos países produzem em suas capacidades máximas.

A AIE apontou em seu relatório mensal que a Opep produziu em novembro 34,2 milhões de barris/dia, em patamar recorde, 300 mil barris por dia a mais que em outubro. A AIE assessora as grandes nações industrializadas em políticas energéticas.

O avanço da produção da AIE foi impulsionado em parte pela Arábia Saudita, que produziu ao nível recorde de 10,63 milhões de barris por dia em novembro, alta de 70 mil barris por dia ante o mês anterior.

A Opep agora terá de cortar 1,7 milhão de barris por dia para atingir a meta de 32,5 milhões de barris diários, mais que o 1,2 milhão de barris/dia inicialmente estimado. Os sauditas terão de reduzir a produção em 572 mil barris/dia, em vez de 486 mil barris/dia.

Entre outros países que geraram mais petróleo, Angola elevou a produção em 160 mil barris por dia, para 1,67 milhão de barris por dia, após a volta ao funcionamento de um campo de petróleo fechado. A Líbia gerou 70 mil barris por dia a mais, chegando a 580 mil barris por dia, após portos bloqueados serem reabertos.

Como resultado, os estoques globais de petróleo aumentaram para patamar recorde em novembro, em 98,2 milhões de barris por dia. O recuo na produção fora da Opep foi mais que compensado pelo avanço da produção do grupo, indicou a agência de Paris.

Apesar dos compromissos dos países de fora da Opep, como a Rússia, para cortar a produção em 558 mil barris por dia, a AIE cortou sua estimativa para crescimento da oferta dos produtores de fora do cartel em apenas 255 mil barris/dia em 2017. A revisão para o crescimento de 220 mil barris/dia para os países de fora da Opep também ocorre em parte pelo declínio maior que o esperado na produção da China. A produção do país, que não participa dos cortes combinados, é agora prevista em 240 mil barris por dia no próximo ano, após queda de 335 mil barris por dia na produção chinesa no ano atual. A AIE alegou que, se os países da Opep e de fora do grupo cumprirem suas promessas, os estoques globais poderiam começar a diminuir no primeiro semestre de 2017.

Os estoques comerciais nos países industrializados já caíram em outubro pelo terceiro mês seguido, segundo a AIE. Eles já recuaram 75 milhões de barris desde que atingiram a máxima histórica em julho, mas seguem 300 milhões de barris acima da média dos últimos cinco anos.

O crescimento na demanda global por petróleo ficou acima do esperado e subiu 1,4 milhão de barris por dia em 2016, 120 mil barris por dia acima da previsão anterior da AIE, em grande medida graças à demanda robusta nos EUA, bem como a mudanças metodológicas da China. A agência também elevou sua projeção para crescimento da demanda global em 110 mil barris por dia em 2017, para 1,3 milhão de barris/dia. 

(Fonte: Diário do Comércio – 14/12)

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