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Produzir beterraba açucareira no Brasil fará com que as usinas produzam mais açúcar

05 de Setembro de 2017

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A Europa também produz açúcar, mas é da beterraba açucareira e não da cana. Os países europeus, principalmente a França, respondem por 80% da produção mundial de açúcar de beterraba, extraído pela primeira vez em 1747. Desde então, a produção de açúcar a partir da cultura aumentou 20 vezes.

O assunto em questão foi amplamente debatido durante o 1º Fórum Internacional dos Produtores de AgroEnergia, realizado pela a Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (ORPLANA), em parceria com a consultoria Datagro, em 23 de agosto dentro da arena Planeta Cana montada na Fenasucro & Agrocana, maior feira de tecnologia sucroenergética do mundo, que aconteceu de 22 a 25 de agosto em Sertãozinho, SP.

Em sua palestra, o economista da World Association of Beet & Cane Growers (WABCG) da França, Timothé Masson, falou sobre os desafios e produtividade da produção mundial de beterraba açucareira. Segundo ele, existem muitas oportunidades para aqueles que desejam cultivar beterraba açucareira em climas tropicais.

“Por ser uma cultura de inverno, ela pode ser associada com culturas de verão. Além disso, pode produzir uma maior quantidade de açúcar do que a cana-de-açúcar, entregando até 15 toneladas por hectare.”

Masson falou, ainda, sobre as dificuldades para a implantação da cultura. Uma delas é o fato de que a beterraba não pode ser cultivada incessantemente, senão, doenças irão surgir nas lavouras. A solução é fazer rotação com outras culturas, no mínimo, a cada quatro anos.

Outro grande desafio é relacionado ao aumento de produtividade, que ainda não atingiu o potencial genético. Atualmente, as maiores produtividades são encontradas na França e Alemanha, com 90 toneladas por hectare cada. Em seguida, vem os Estados Unidos (70 ton/ha), Marrocos (60 ton/ha) e Rússia e China (40 ton/ha).

Entretanto, esses números tendem apenas a subir, já que a taxa de crescimento do melhoramento de beterraba é de 2% ao ano, enquanto que a taxa de crescimento para o melhoramento da cana-de-açúcar é de 0,5 % ao ano.

Atualmente, existem grandes investimentos na área de pesquisa para novas variedades de sementes de beterraba para elevar a produção de 100 toneladas por hectare para 150 toneladas, o que deixa o açúcar de beterraba cada vez mais competitivo em relação ao de cana.

O economista falou, ainda, sobre o problema com os custos de produção, elevados em função do fato de que os produtores não poderem produzir suas próprias sementes, tendo que adquiri-las no mercado. “Na França, cerca de 30% dos custos variáveis provem das sementes”, finaliza Masson.

Já a colheita da beterraba foi o tema da palestra de Vinícius Casselli, diretor da VSZ da Alemanha. Segundo ele, os altos custos com mão de obra para a colheita fizeram com que o mercado corresse para entregar soluções que minimizassem esses custos. O resultado foi o surgimento de colhedoras que conseguem colher até nove linhas simultaneamente. Um avanço significativo, levando em conta o fato de que, até então, a colheita mecanizada era feita linha por linha.

“Essa mudança contribuiu para um enorme aumento de produtividade. Como são muito eficazes, e um pouco caras, essas máquinas não podem ser usadas em nível de fazenda única, ou seja, a maior parte delas é comprada por consórcio de até 50 produtores.”

(Fonte: CanaOnline – 04/09/17)

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