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Projeção para produção de cana sobe a 635,5 milhões de t em 2018/19

22 de Agosto de 2018

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A produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2018/19, que começou oficialmente em 1º de abril, deve chegar a 635,51 milhões de toneladas, de acordo com o segundo levantamento sobre a temporada da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Este volume é 0,36% superior ao calculado para 2017/18. A primeira estimativa, divulgada em maio, apontava para 625,96 milhões de toneladas.

A área a ser colhida é estimada em 8,66 milhões de hectares, com queda de 0,8% ante a safra passada. “A menor área derivou do desempenho da Região Norte/Nordeste (2,2% a menos quando comparada a safra anterior), particularmente em Alagoas”, diz o boletim.

Se confirmada a projeção desta terça-feira, será a segunda queda consecutiva na área a ser colhida. Nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, deverá ocorrer redução de 0,6% de área a ser colhida em relação à safra passada.

Levando em conta todas as lavouras do país, a produtividade média da safra deve ser de 73.373 quilos por hectare, 1,1% maior que os 72.543 quilos por hectare da temporada encerrada em março. “O envelhecimento das lavouras, a baixa taxa de renovação, a falta de investimento em algumas regiões e a redução do pacote tecnológico têm mantido as médias brasileiras inferiores a 80.000 quilos por hectare", avalia a Conab no boletim.

A estatal pondera, ainda, que a introdução da colheita mecanizada também exerceu influência na redução da produtividade nas últimas safras, principalmente porque as lavouras não estavam sistematizadas para esse tipo de colheita, gerando pisoteio e outros danos.

Essa colheita de cana deverá ser destinada em sua maioria para a produção de etanol. A estimativa da Conab aponta para 30,41 bilhões de litros, 11,6% mais que em 2017/18. A produção de anidro, usado na mistura com a gasolina, deve somar 11,24 bilhões de litros, com aumento de 2,2% na comparação com a produção da safra 2017/18. A produção de etanol hidratado deverá chegar a 19,17 bilhões de litros, alta de 18%.

Esse incremento na previsão da produção de etanol, avalia a Conab, está relacionado à menor destinação de açúcar total recuperável (ATR) para a produção de açúcar, consequentemente, aumentando a destinação para a fabricação de etanol.

“Outro fator importante é o melhor fluxo de comercialização que ora o etanol tem frente ao açúcar. O etanol, diferentemente do açúcar, que tem sua comercialização pautada em contratos futuros, permite que a unidade de produção aumente o fluxo de caixa com maior rapidez, uma vez que a comercialização é praticamente instantânea. O pagamento é realizado tão logo o combustível é entregue na distribuidora”, aponta o boletim.

Devido aos preços baixos do açúcar no mercado mundial e o aumento da produção de etanol, deve ocorrer uma redução de 9,6% na produção do adoçante. Conforme a Conab, a produção chegará a 34,25 milhões de toneladas em 2018/19. No levantamento de maio, a projeção era de 35,48 milhões de toneladas.

Fonte: Valor Econômico - 21/08/2018

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