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Quadrilhas alteram gasolina em Curitiba e São Paulo

03 de Abril de 2017

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Uma quadrilha organizada adulterava combustíveis em vários postos no Paraná e em São Paulo. Uma reportagem do “Fantástico”, da TV Globo, exibida ontem, mostrou que postos revendedores em Curitiba vendiam gasolina com mais álcool do que o permitido.

 Em outros, as fiscalizações feitas pela Associação Brasileira de Combate a Fraudes de Combustíveis (ABCFC) encontraram bombas adulteradas que marcavam um volume maior do que o efetivamente fornecido ao consumidor. Outra fraude encontrada foi a mistura, em alguns casos, de até 56% de metanol na gasolina, um produto altamente tóxico para o ser humano e que causa danos aos motores dos automóveis.

O secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner de Oliveira, disse à reportagem que são quadrilhas com poder econômico muito grande.

A reportagem mostra que, apesar de vários postos terem cartazes garantindo a qualidade dos combustíveis, testes de laboratórios revelam que quem abastece nesses locais foi enganado na quantidade e na qualidade do combustível.

Em um dos postos, a gasolina continha 69% de álcool, quando o máximo permitido é 27%, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Para se ter uma ideia do tamanho da fraude, representantes do setor estimam que, dos 40 mil postos do país, 1.200 vendem combustível adulterado, diz a reportagem.

Nas duas últimas semanas, a equipe do “Fantástico” acompanhou os trabalhos da ABCFC. Durante as gravações, Fabrízzio Machado da Silva, que era presidente da associação, foi assassinado a tiros quando chegava em casa em Curitiba.

O “Fantástico” foi com a ABCFC a três postos da Região Metropolitana de Curitiba que já tinham sido flagrados com adulterações. No posto Rubi — onde, nas duas vezes em que houve fiscalização, foram encontrados indícios de fraudes — identificou-se, novamente, adulteração. Os outros dois são Colina e Midas, em Curitiba. Neste último, a gasolina tinha 49% de álcool.

Nas três unidades repetiu-se outro problema, segundo a reportagem: entrava no tanque menos combustível do que o registrado na bomba e pago pelo consumidor. Neste tipo de fraude, o sistema da bomba é adulterado, e o golpista pratica a irregularidade quando quer, usando um controle remoto. Este tipo de fraude também foi identificada no posto Via Aeroporto, em Curitiba, durante fiscalização em fevereiro.

No posto Rubi, a bomba marcou 38,4 litros, mas apenas 36,7 litros entraram no tanque — 4% menos. Mas as investigações revelaram que a diferença entre o volume de combustível abastecido e o indicado nas bombas foi, em média, de 10%. Assim, exemplifica a reportagem, se um posto tem 200 mil litros de gasolina e retém 10%, considerando o valor médio de R$ 3,27 por litro, há um ganho de R$ 65,5 mil de forma ilícita.

A associação apresentou denúncia ao Ministério Público contra nove postos de Curitiba e da Região Metropolitana. A Polícia Civil do Paraná entrou na investigação da operação batizada de Pane Seca. Na semana passada, a Justiça fechou os postos denunciados, entre eles, os quatro citados na reportagem. Oito suspeitos chegaram a ser presos, mas respondem em liberdade.

Os casos estão sendo investigados por Polícia Civil e Ministério Público.

(Fonte: Jornal Extra – 3/ 4)

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