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Queda de preço do etanol na indústria não chega aos postos, aponta ANP

08 de Fevereiro de 2017

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Dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) apontam que a redução de preço do etanol hidratado nas usinas paulistas, nos últimos quatro meses, não foi repassada na mesma proporção aos consumidores.

Em outubro, as destilarias comercializavam o litro do combustível a R$ 1,90 e os postos revendiam em média por R$ 2,52. Na última semana, porém, o litro do etanol saiu por cerca de R$ 1,74 da indústria, mas chegou ao consumidor 10,3% mais caro: R$ 2,78, em média.

Os dados são do Sistema de Levantamento de Preços (SLP) da ANP e do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP).

Ao Jornal da EPTV, o Sindicato Brasileiro das Distribuidoras de Combustíveis justificou que o preço para o consumidor não baixou porque o litro de etanol, com os impostos, não sai por menos que R$ 2,10.

O usineiro Antônio Eduardo Toniello Filho explica que, geralmente, a tendência é de alta no preço do etanol hidratado durante a entressafra, entre dezembro e abril, justamente porque nesse período as usinas interrompem a produção. Esse ano, porém, as destilarias as usinas decidiram vender o estoque  e investir na manutenção dos equipamentos.

“Nós perdemos competitividade. A nossa relação saiu de 70% e foi para quase 80%. Com isso, a demanda caiu e a oferta aumentou. As usinas precisam fazer os pagamentos, muitas delas vão começar a moer no mês que vem e também precisam diminuir os estoques”, diz.

O economista José Carlos de Lima Junior, professor da Faculdade de Economia, Contabilidade e Administração de Ribeirão Preto (FEA-RP/USP), explica que o retorno do PIS/Cofins sobre o etanol, desde janeiro, contribuiu para encarecer o produto nas bombas.

Desde 2013, importadores e produtores de etanol estavam isentos da tributação de R$ 0,12 por litro de etanol hidratado vendido. A desoneração integrava um pacote de medidas concedido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para beneficiar o setor sucroenergético.

“Mesmo com o PIS/Cofins, o valor que chegaria para o consumidor deveria ser muito menor. Então, na verdade, tem uma margem adicional que está sendo cobrada e, provavelmente, está no canal de distribuição, ou seja, na distribuidora e nos postos de combustível”, diz.

(Fonte: G1 -8/2)

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