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Recorde de renováveis ainda não dá conta do desafio climático

13 de Junho de 2017

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As fontes renováveis estão mudando o tabuleiro energético mundial. O ano de 2016 foi recorde: a capacidade de geração a partir das energias renováveis registrou o maior aumento da história, com 161 gigawatts (GW) instalados, um aumento de 9% em relação a 2015, levando a capacidade global total para aproximadamente 2.017 GW.

A energia solar fotovoltaica contribuiu com cerca de 47% da capacidade adicional no ano passado, seguida pela energia eólica com 34% e pela energia hidroelétrica com 15,5%.

Os dados são da edição 2017 do estudo REN21 Renewable Energy Global Status Report, relatório de referência para o setor lançado neste mês, que fornece o panorama anual mais abrangente da situação desse mercado no mundo.

Segundo o estudo, as emissões globais de CO2 relacionadas com o setor energético provenientes dos combustíveis fósseis e da indústria permaneceram estáveis pelo terceiro ano consecutivo, apesar do crescimento de 3% na economia mundial e da procura crescente por energia.

Os analistas atribuem esse processo principalmente ao declínio do carvão, mas também ao crescimento da capacidade de energia renovável e das melhorias na eficiência energética.

Ritmo insuficiente

Apesar da tendência positiva, a transição energética não está acontecendo rápido o suficiente para atingir as metas do Acordo de Paris e, com a saída dos Estados Unidos do pacto, as perspectivas para o setor preocupam.

No ano passado, os investimentos em novas instalações de energia renovável caíram 23% face a 2015. A maior baixa foi sentida nos mercados em desenvolvimento e emergentes, onde o investimento em energia renovável caiu 30%, para 116 bilhões de dólares.

Nos países desenvolvidos, o investimento em novas instalações caiu 14% para 125 bilhões de dólares. O investimento continua a ser fortemente focado nas energias eólica e solar fotovoltaica, no entanto, o estudo defende que todas as tecnologias de energia renovável precisam ser utilizadas para manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC até o fim do século.

Segundo o relatório, é preciso maior compromisso dos setores de transportes, aquecimento e refrigeração, que ainda dependem, em muito, de combustíveis fósseis, como carvão e petróleo.

Um entrave são os subsídios às fontes poluentes, que continuam a superar dramaticamente os das tecnologias renováveis, ao lado dos subsídios à energia nuclear.

No final de 2016, mais de 50 países comprometeram-se a eliminar gradualmente os subsídios aos combustíveis fósseis, e algumas reformas ocorreram, mas não o suficiente para dar conta do desafio climático.

(Fonte: Revista Exame – 13/06/17)

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