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Rede inteligente avança e sistemas são reconfigurados

28 de Junho de 2018

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O sistema de transmissão de energia que corta o Paraná será reforçado. Para diversificar suas receitas no país, a Engie estreou no setor ao arrematar, no leilão de transmissão realizado no fim de 2017, um lote com extensão de 1.146 quilômetros no Estado. A finalidade do lote é atender a região Centro-Sul do Paraná, cortando 25 cidades. Serão investidos R$ 2 bilhões no empreendimento, cujo início de energização está previsto para janeiro de 2020, com término em setembro de 2021.

O financiamento da obra ainda não está fechado. "A ideia é estruturar um project finance de longo prazo durante o ano de 2019, pois a maior parte do investimento ocorrerá apenas em 2020 e 2021, após a fase de licenciamento ambiental. Provavelmente será uma combinação de linhas do BNDES com debêntures de infraestrutura", diz o diretor-presidente da Engie Brasil Energia, Eduardo Sattamini.

 Atualmente, a equipe da empresa elabora os estudos ambientais e arqueológicos, para obter as licenças prévias e a anuência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Já as licenças de instalação são aguardadas para o segundo semestre de 2019.

Outra novidade no Paraná é a criação da primeira eletrovia do país com a instalação de postos de abastecimento para veículos elétricos, também chamados de eletropostos. No total, serão instaladas dez estações de recarga em 700 quilômetros da BR-277, cortando o Estado de leste a oeste, entre Paranaguá e Foz do Iguaçu.

A iniciativa é uma parceria da Itaipu Binacional e a Copel. Os dois primeiros eletropostos foram inaugurados em março em Curitiba e Paranaguá. Ainda neste ano serão instaladas as unidades de Foz do Iguaçu, Medianeira, Cascavel, Laranjeiras do Sul, Guarapuava e Irati. Todos serão hospedados em postos de combustíveis ao longo da rodovia, com distância de aproximadamente cem quilômetros entre um e outro.

Como ainda não há uma regulamentação do segmento pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), nesta fase inicial o usuário não vai pagar pelo serviço. "Não há estimativa de custo, mas provavelmente será o custo de energia de um consumidor de baixa tensão", explica o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Luiz Fernando Leone Vianna.

 Cada eletroposto terá 50 kVA de potência, o equivalente a dez chuveiros elétricos ligados ao mesmo tempo. Também contarão com três tipos de conectores, próprios para atender os modelos de carros elétricos ou híbridos disponíveis no mercado. Os eletropostos serão todos de carga rápida ou semirrápida, levando de meia hora a uma hora para carregar 80% da bateria da maioria dos carros elétricos hoje em circulação. Esses modelos rodam entre 150 e 300 quilômetros com uma carga completa.

As redes inteligentes de energia estão ganhando corpo no Paraná. Em março, a Copel instalou em Ipiranga, cidade a 50 quilômetros de Ponta Grossa, o primeiro medidor inteligente de energia do Estado e iniciou a instalação de sistemas de reconfiguração de rede, reguladores de tensão automáticos e outros dispositivos que, até outubro, farão dela a primeira cidade brasileira a ter a totalidade de o seu território coberta por redes inteligentes - o que inclui a instalação de medidores inteligentes em seus mais de cinco mil pontos de consumo.

Em julho, será lançado um edital para contratar serviços e dispositivos para levar esse formato de inteligência de rede para São José dos Pinhais, na região de metropolitana de Curitiba. A integração das redes por sistemas de informação e telecomunicações é o primeiro passo para integrar outros serviços no futuro, como microgeração distribuída, armazenamento de energia, abastecimento de carros elétricos e serviços públicos como iluminação pública e semáforos inteligentes.

A Copel ainda vai inaugurar neste ano, em Curitiba, o novo centro de operação integrada da distribuição, que permitirá operar de modo centralizado a rede elétrica estadual e gerenciar os serviços operacionais. Já em fase final de construção, o prédio foi concebido para possibilitar o futuro controle de despacho da geração distribuída que integra microgeradores, microrredes, carros elétricos e baterias de grande porte à rede.

Fonte: Valor Econômico – 28/06/2018

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