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Refinaria de Dubai faz rara entrega de açúcar refinado em bolsa

18 de Fevereiro de 2020

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A Al Khaleej Sugar, a maior refinaria portuária do mundo, vendeu mais de 300 mil toneladas de açúcar branco para liquidar o vencimento do contrato para entrega em março na ICE Futures Europe, de acordo com pessoas a par do assunto, que não quiseram ser identificadas. Essa seria a primeira venda de açúcar da refinaria por meio da bolsa desde 2016.

A fraca colheita da Tailândia, a segunda maior exportadora global, fez disparar o prêmio do açúcar branco em relação ao bruto, tornando o refino mais rentável para a Al Khaleej. A usina, localizada no porto de Jebel Ali, começou a operar com capacidade máxima depois do Natal, disse o diretor Jamal Al Ghurair, em entrevista em Dubai no dia 9 de fevereiro.

"Semelhante ao que aconteceu em 2016, a maior distribuidora deve ser a refinaria de Dubai", disse Michael McDougall, diretor-gerente da Paragon Global Markets, em Nova York. "Na época, o prêmio do açúcar branco foi negociado acima de US$ 100 a tonelada. Desta vez, chegamos a US$ 100 apenas perto do vencimento, mas pelo menos o prêmio alcançou o melhor nível desde 2017.

Especulações de que o açúcar de Dubai seria entregue por meio da bolsa de valores já haviam causado uma virada dos spreads do mercado em Londres. Os futuros com entrega em março de 2020 passaram a mostrar desconto para maio, depois de serem negociados com prêmio recorde poucos dias antes. A ICE publica a entrega oficial na segunda-feira.

A entrega de Dubai diminuiu o receio em torno dos estoques apertados quando operadores já projetam um alto déficit na atual temporada. Além dos problemas na Tailândia, os embarques da América Central também foram redirecionados em relação aos fluxos comerciais habituais, depois que uma geada prejudicou a colheita nos EUA. A União Europeia também está produzindo menos.

Nos últimos anos, a Al Khaleej tem perdido mercados importantes como o Iraque, desde que o país impôs uma tarifa sobre as importações de açúcar branco após a construção de sua própria refinaria. O consumo na região permaneceu estagnado e um imposto extra sobre bebidas açucaradas nos Emirados Árabes Unidos reduziu a demanda em 10%, disse Al Ghurair no domingo.

A Sucres et Denrees e a Wilmar International receberam a entrega em Londres, enquanto outros vendedores incluíram a Alvean, a maior trading de açúcar do mundo, e a Cofco International.

 

Fonte: Bloomberg – 17-02

 

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